Prefeito de São Bernardo encerra visita à França com promessas da Dassault
O prefeito de São Bernardo do Campo, Luiz Marinho, encerrou neste sábado a visita que realiza desde quarta-feira à França, a convite da fabricante aérea francesa Dassault. A viagem faz parte do lobby da empresa junto ao Brasil para influenciar na decisão sobre a compra de 36 caças pela Defesa.
Em uma coletiva de imprensa neste sábado, em Paris, o prefeito destacou diversas vezes que o objetivo da sua visita era atrair investimentos à sua cidade, independente dos resultados da licitação dos caças. Ele conheceu as instalações da Dassault em Bordeaux, no sudoeste da França, e se encontrou com o ministro francês da Defesa, Alain Juppé. Mas o auge da programação da visita foi um voo experimental que Marinho realizou no Rafale, o avião militar que a França tenta vender ao Brasil.
O ministro da Defesa, Nelson Jobim, também já realizou a experiência no passado e demonstra clara preferência pelo avião francês, por considerar que a parceria estratégica com a França traz mais benefícios para o Brasil do que a Suécia, onde são fabricados os aviões Gripen, da empresa Saab, ou os americanos, que constroem o F-18, da Boeing. Os três modelos disputam a licitação cuja decisão cabe à Presidência da República.
Nesta manhã, Marinho e o diretor de Relações Internacionais da Dassault, Eric Trappier, apresentaram as propostas de investimentos na cidade que a companhia francesa estaria disposta a fazer se for a vencedora da disputa. Trappier deixou claro que os possíveis acordos dependem de qual será a escolha da presidente Dilma Rousseff, entre as três gigantes que disputam a fabricação da nova frota brasileira. A sueca Saab, visitada por Marinho no ano passado, já desenvolve, em São Bernardo, um projeto construção de um centro de pesquisas e desenvolvimento, no valor de 50 milhões de dólares em cinco anos, independente da decisão dos caças. Ouça os detalhes que o prefeito deu à Rádio França Internacional.
Já o diretor da Dassault insistiu que a empresa está disposta a transferir 100% da tecnologia de construção dos caças para o Brasil, uma prerrogativa do governo brasileiro. A condição é que o país apresente empresas parceiras com tecnologia e conhecimento equivalentes ao padrão Dassault, de acordo com Trappier.
Da RFI Internacional