Prefeitura de São Bernardo faz levantamento e descobre que 10,7 mil crianças estão sem creche
O prefeito Luiz Marinho disse que os números mostram que a cidade ainda está longe de ser referência no ensino infantil, como dizia a administração anterior. "A demanda é gigantesca, com muitas crianças sem acesso à escola, portanto não há como sustentar esse título. Teremos de trabalhar mais do que prevíamos", disse
A Secretaria de Educação de São Bernardo do Campo reuniu na quinta-feira (23) os profissionais da rede de ensino infantil do município para a divulgação oficial dos dados do cadastramento de crianças, realizado no início do mês. O levantamento será usado para definir a construção de novas creches municipais. Ao todo, foram cadastradas 6.583 crianças, que somadas as outras 4.187, que já estavam na fila de espera antes do levantamento, chegam a 10.770 entre 0 e 6 anos de idade.
O número é considerado extremamente alto pela secretaria. “Os dados não são motivo de orgulho para uma cidade como São Bernardo. Há bairros em que o número de crianças fora da escola chega a ser três vezes maior do que as que estão estudando”, afirmou Cleuza Repulho, secretária municipal de Educação. “Em São Bernardo, a educação infantil ainda não existe para todos. Isso só será possível quando todos forem prestigiados”, concluiu.
Baeta Neves, Parque São Bernardo, Montanhão, Silvina, Planalto, Ferrazópolis, Alvarenga e Batistini são os bairros com maior procura por unidades escolares. Alvarenga e Nova Petrópolis sequer possuem creches de atendimento à faixa etária de 0 a 3 anos de idade.
O prefeito Luiz Marinho, presente no evento, disse que os números mostram que a cidade ainda está longe de ser referência no ensino infantil, como dizia a administração anterior. “A demanda é gigantesca, com muitas crianças sem acesso à escola, portanto não há como sustentar esse título. Teremos de trabalhar mais do que prevíamos”, disse.
O chefe do Executivo aproveitou a oportunidade para pedir o apoio dos profissionais das creches municipais e conveniadas na nova etapa que a cidade tem pela frente. “Faremos uma administração com a participação de todos. Peço a colaboração para trabalharmos juntos, pois não há salvador da pátria. Há trabalho em resolver esse déficit”, garantiu.
Rita Coelho, coordenadora geral de educação infantil da Secretaria da Educação Básica do Ministério da Educação, também participou do encontro. Ela apresentou uma palestra sobre a importância das unidades escolares para o desenvolvimento infantil e afirmou que é dever do Estado garantir educação para a população. “Lutar pela educação infantil é lutar por igualdade social. O compromisso com a educação deve ser prioridade de todo governo”.
A próxima etapa para zerar o déficit de vagas será o levantamento de terrenos em torno da cidade, realizado pela Secretaria de Desenvolvimento Urbano, para a construção de novas unidades.
Da Prefeitura de São Bernardo do Campo