Pregação neoliberal vai para o espaço

O mercado não é capaz de regular a economia como os neoliberais nos tentam fazer acreditar. Para resolver a quebradeira dos bancos dos Estados Unidos, a saída foi recorrer aos cofres públicos, ou melhor, ao bolso dos trabalhadores.

A crise do sistema financeiro
norte americano colocou por terra a pregação
neoliberal de que o Estado
não pode ser mínimo e que o mercado é capaz de regular a economia.

Para resolver a quebradeira
dos bancos dos Estados
Unidos, a saída encontrado
foi recorrer aos cofres públicos, ou melhor, ao bolso
dos contribuintes.

Os efeitos do esgotamento
do modelo neoliberal,
segundo o historiador Luís Carlos Lopes, serão sentidos com maior força pelos endividados e desempregados.
Banqueiros, rentistas e especuladores estarão preservados.
Assim, os lucros são socializados por alguns e os prejuízos divididos entre
todos.

É para essa pequena casta de endinheirados que vai a ajuda do governo norte-americano.

Dinheiro público – O pacote de ajuda aos bancos quebrados, em votação
no Congresso, dá a eles 700 bilhões de dólares, valor do Produto Interno Bruto brasileiro no primeiro semestre deste ano.

Essa montanha de dinheiro
do povo para acalmar
a crise indica a feição de um capitalismo que não aceita risco, na opinião do economista Oswaldo Cavignato,
da subseção do Dieese do Sindicato.

Ele afirma que as instituições
financeiras privadas,
como no caso norte americano, podem cometer erros e fraudes que não há problema pela lógica neoliberal,
já que os bancos centrais
intervêm e reanimam o mercado com dinheiro público.

Nesse caso, ensina Cavignato,
há um choque entre
duas grandes linhas do pensamento econômico.

Uma é a liberal que, como visto agora, não consegue
provar que anda sozinha
e, outra, que afirma ser o Estado o principal incentivador e controlador da economia.

“Para sair da crise de 1929, o governo norte americano decidiu colocar
dinheiro na atividade produtiva e não na financeira”,
relembra Oswaldo, ao apontar essa saída como uma função mais nobre para o Estado que a de socorrer especuladores quebrados.

Saiba mais sobre a crise

1) Muita gente financiou a casa própria num mercado
chamado de hipotecas. Ele é de risco porque, entre outros, não é necessária a comprovação de renda.

2) Os agentes hipotecários vendem essas carteiras de crédito a bancos. Em troca, estes financiam novas hipotecas.

3) A crise começou há mais de um ano com o aumento da inadimplência das hipotecas. Assim, o preço dos imóveis baixou e as empresas de hipoteca começam a quebrar.

4) A crise contaminou o mercado mundial de crédito e chegou às bolsas de valores.

Como tudo o que girava era papel de especulação, e não dinheiro, acarretou prejuízos bilionários a gigantes financeiros.