Presidenta critica ação dos países ricos no combate à crise
Angela Merkel, primeira ministra da Alemanha e a presidenta Dilma Rousseff. Foto: Roberto Stuckert Filho / PR
A presidente Dilma Rousseff se reuniu esta semana em Hanover, com a primeira-ministra da Alemanha, Angela Merkel, levando consigo um recado dos países emergentes contra as políticas recentes dos países europeus no combate à crise econômica.
As duas chefas de governo, apontadas no ano passado pela revista Forbes como a primeira e terceira mulheres mais poderosas do mundo, se encontraram após um jantar oferecido pelo governo alemão à delegação oficial brasileira.
Falando para um público formado principalmente de trabalhadores, a Dilma criticou na semana passada a ação dos países desenvolvidos em relação à crise econômica mundial e classificou como “tsunami monetário” a imensa injeção de dinheiro que essas nações promovem.
“Nos preocupamos com esse tsunami monetário que eles fazem ao não ampliar a capacidade de investimento para retomar a produção e sair da crise que estão metidos e, em vez disso, despejarem, literalmente, despejarem trilhões [leia matéria nesta página] no mundo ao ampliar de forma muito perversa sua crise para o resto dos países, principalmente aqueles em crescimento”, afirmou a presidenta
O argumento de Dilma é que ao pegar emprestado com juros baixíssimos o dinheiro que os governos dos países desenvolvidos soltam, bancos e investidores transferem parte desses fundos para aplicações no Brasil e outros emergentes, criando uma pressão insustentável sobre as moedas locais.
Essa pressão torna as moedas dos emergentes mais fortes e a dos países ricos mais fracas, tornando mais fácil para os emergentes importarem dos ricos, o que prejudica a produção local e o emprego.
Enquanto a presidente discursava, o governo federal aumentou a cobrança do Imposto sobre Operações Financeiras de (IOF) nas operações de câmbio com o objetivo de combater essa entrada de capitais estrangeiros e evitar uma valorização excessiva do real.
Da Redação