Presidente discute a situação do País com trabalhadores na Otis/Seral

Fotos: Edu Guimarães

O presidente do Sindicato, Wagner Santana, o Wagnão, esteve ontem na Otis/Seral, em São Bernardo, para debater a situação dos empregos, da empresa e a conjuntura do País.

Depois de andar pela produção, o presidente conversou com os companheiros sobre os impactos no dia a dia com o desmonte da indústria brasileira e os ataques aos direitos dos trabalhadores pratica­dos pelo governo ilegítimo.

“São ataques constantes com a aprovação da PEC dos Gastos, que congelou investimentos públicos por 20 anos, a aprovação da reforma Tra­balhista, que rasga a CLT, e a Lei da Terceirização irrestrita. São medidas que colocam a classe traba­lhadora brasileira em uma situação extremamente preocupante”, afirmou.

O presidente lembrou que, além disso, querem desmontar o sistema de proteção social e as polí­ticas em defesa da indústria nacional.

“A reflexão é para que cada um olhe para o todo, não só para o dia a dia na fábrica”, ressaltou. “As dificuldades na construção civil no Brasil afetam diretamente a produção e os postos de trabalho. Por isso, temos que estar atentos e explicar o que está em jogo em casa, junto aos amigos e nos lugares que frequentamos”, prosseguiu.

O coordenador de São Bernardo e CSE na Otis/ Seral, Genildo Dias Pereira, o Gaúcho, contou que o pessoal foi bastante receptivo ao debate. Atual­mente são 477 trabalhadores na fábrica.

“O pessoal gostou muito da visita e pela oportu­nidade de aprofundar a conversa sobre a situação e a manutenção dos postos de trabalho”, disse.

Os dirigentes também se reuniram com o pre­sidente da Otis/Seral, Julio Bellinassi, e a diretoria da empresa para discutir o momento de baixa na produção.

“A empresa já tem produção vendida, mas as cons­trutoras não estão querendo receber os produtos pela falta de investimentos no setor. Por isso, a produção está abaixo da capacidade, já que não trabalha com estoque”, explicou.

“Eles colocaram as suas preocupações e a impor­tância de estudar instrumentos para manter os em­pregos em um momento de baixa. O fundamental é que os companheiros estejam unidos e conscientes para enfrentar as adversidades e defender os postos de trabalho”, afirmou Gaúcho.

Sindicalização

Em fevereiro deste ano, os Metalúrgicos do ABC realizaram uma campanha de sindicalização para fortalecer a organização no local de trabalho. Na ocasião, 15 trabalhadores da área administrativa assinaram a ficha de sócio do Sindicato.

Todos os companheiros no chão de fábrica na empresa são sindicalizados. No total, se somado o setor administrativo, são 65% conscientes da importância desta.

“Temos assuntos internos essenciais e uma con­juntura no Brasil de ataques aos direitos históricos. Os trabalhadores estão preocupados com o que pode acontecer e, por isso, temos que aprofundar o debate no dia a dia e a manter a nossa unidade”, concluiu Gaúcho.

Acordo histórico

Em dezembro deste ano, os trabalhadores na Otis/Seral, em São Bernardo, irão comemorar uma década do acordo que reconhece o Comitê Sindical de Empresa, o CSE.

Ao longo da história de luta, uma importante negociação entre o Sindicato e a empresa, que con­tou com a participação da prefeitura, conquistou a permanência da fábrica na cidade e dos empregos.

Entre as principais vitórias da organização dos trabalhadores estão a Convenção Coletiva, o au­mento real de salário, o reajuste na PLR, a garantia do emprego e o apoio jurídico do Sindicato.

Da Redação.