Presidente do Banco Central prevê que país voltará a crescer em ritmo maior em 2010
Para Meirelles, país não perderá a trajetória de crescimento sustentado. Segundo ele, sistema de crédito está se recuperando da fase mais aguda
O presidente do Banco Central (BC), Henrique Meirelles, afirmou neste domingo (30) que o Brasil poderá voltar a ter taxas de crescimento maiores a partir de 2010. De acordo com ele, o comportamento esperado para a economia brasileira em relação à crise significa que o país não perderá a trajetória de crescimento sustentado.
Meirelles avaliou que previsões consideradas pessimistas – como a do Fundo Monetário Internacional (FMI), que acredita que país terá um avanço do PIB de 3% em 2009 – apontam para um desempenho da economia do Brasil superior ao esperado para a média mundial. Segundo o Fundo, a crise levará a economia global a um crescimento de apenas 2,2% no ano que vem.
O presidente do BC mostrou ainda que está previsão do FMI para 2009 em relação ao Brasil está em patamar superior à média de crescimento de 2,1% registrada pelo país entre 1980 e 2003 e ao avanço médio de 1,8% entre 1999 e 2003.
“Dissemos muitas vezes no passado que estávamos nos preparando para ter um crescimento sustentável. E o que é um crescimento sustentável? É exatamente isso: sair do padrão de arrancadas e freadas que o Brasil teve durante muito tempo”, disse Meirelles, que participou de seminário sobre crédito promovido pela Fecomercio-RJ.
O presidente da autoridade monetária também ressaltou que o sistema de crédito está se recuperando da fase mais aguda da crise até agora.
Enquanto nos oito primeiros dias de outubro a média diária de concessões de empréstimo caiu 13% em relação ao mesmo período de setembro, os oito primeiros dias de novembro mostraram uma alta de 5,7% nesta média (sobre outubro), com destaque para o crescimento de 14,8% para o segmento de pessoas físicas.
Como o crédito para as pessoas jurídicas nesta comparação subiu apenas 1,2%, Meirelles frisou que o governo decidiu direcionar mais recursos para o BNDES, com os R$ 10 bilhões já anunciados para o banco de fomento brasileiro.
Do Valor Econômico