Presidente do Banco Central prevê queda da inflação e projeta PIB de 3,1%

O presidente do Banco Central, Alexandre Tombini, afirmou que a taxa oficial de inflação (IPCA), acumulada em 6,49% nos últimos 12 meses, irá cair ao longo dos próximos meses, em um processo que, segundo a avaliação da direção do banco, irá se consolidar em 2014. Tombini, que participou no Rio de Janeiro do 10º Seminário Anual de Metas para a Inflação, anunciou ainda a retomada dos investimentos no país e projetou uma taxa de crescimento de 3,1% para o PIB este ano.

“A inflação nos próximos meses vai cair, vai ser menor do que foi nos primeiros quatro meses de 2013. Mas, o Banco Central vai consolidar uma inflação mais baixa neste e no próximo ano. Já subiu os juros em abril e vai continuar trabalhando nesse sentido”, disse Tombini, fazendo referência à alta de 0,25% na taxa Selic, que agora está em 7,5% ao ano.

Indagado sobre o que o banco fará para conter a elevação de preços, Tombini respondeu que “o Banco Central já está fazendo e vai continuar combatendo a inflação”. Ele ressaltou a importância da utilização da taxa de juros nesse combate: “A taxa de juros é um instrumento de política do Banco Central, e é neste processo que estamos embarcados hoje. Ou seja, trazer a inflação para baixo e consolidá-la em um nível mais baixo.”

Tombini disse ainda que os preços dos alimentos – responsáveis por 60% da inflação, segundo o IBGE – cairão no próximo trimestre: “A inflação já está caindo no atacado. Nos próximos três meses nós teremos inflação mais baixa no nível do consumidor. Em maio, junho e julho nós teremos uma inflação mais baixa se refletindo, inclusive, na queda do preço dos alimentos. Nós estamos trabalhando para consolidar esse processo ao longo deste ano e do ano de 2014”, repetiu.

O presidente do BC ressaltou “a recuperação dos investimentos” e “a resiliência do mercado interno” brasileiro. “Nós veremos nos dados do primeiro trimestre, que serão divulgados em duas semanas, os investimentos recuperando-se de forma expressiva. Depois de quatro trimestres de queda, no último trimestre do ano passado já houve um aumento dos investimentos e veremos um aumento ainda maior no primeiro trimestre desse ano. Investimento é também mercado doméstico, e nós estamos vendo uma recuperação no curto prazo. Vamos acompanhar esse processo para ver se ele se sustenta ao longo do ano.”

Tombini citou como exemplo da retomada o aumento do IBC-Br, que é um indicador de atividade econômica criado pelo Banco Central e que tem servido como uma prévia da medição oficial do crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) : “O IBC-Br mostrou um crescimento de 0,70% em março e 1,05% no primeiro trimestre. É compatível com a nossa avaliação de crescimento do PIB para o ano, que é de 3,1%.”

Apesar de citar a taxa de juros, Tombini não quis adiantar nenhuma tendência para a próxima reunião do Conselho de Política Monetária (Copom): “Em duas semanas iremos definir a nova taxa de juros da economia brasileira. Vamos ter de esperar até lá. Veremos o que o BC fará nesse processo de combate à inflação. O que nós queremos, além de uma inflação mais baixa nos próximos meses, é consolidar um processo”, disse.

 

Da Rede Brasil Atual