Presidente do BID elogia atuação do governo na crise

Segundo ele, o País tomou medidas nas quatro frentes possíveis: redução na taxa de juros, estímulo fiscal, adoção de políticas setoriais e medidas para conter o desemprego

O presidente do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), Luis Alberto Moreno, avaliou que a crise financeira internacional pode estar entrando em um novo momento, no qual as medidas de estímulo tomadas pelos países começam a fazer efeito e uma recuperação pode estar no horizonte. Ao citar as medidas que estão sendo adotadas para conter os efeitos da crise, Moreno elogiou a atuação do governo brasileiro. Segundo ele, o País tomou medidas nas quatro frentes possíveis: redução na taxa de juros, estímulo fiscal, adoção de políticas setoriais e medidas para conter o desemprego. As afirmações foram feitas pelo presidente do BID em palestra proferida na Fundação Armando Álvares Penteado (Faap), na quinta, dia 23.

Ao elogiar as iniciativas tomadas pelo governo brasileiro, Moreno frisou: “O Brasil tomou medidas em todas essas frentes e, em alguns casos, com inovações que foram muito acertadas.” Ele também destacou o fato de o Brasil ter sido o primeiro País a responder à crise com políticas de estímulo ao crédito para o setor exportador. Ele ponderou que o principal risco que os países da América Latina enfrentam é a instabilidade macroeconômica, causada por falta de espaço para tomar medidas de estímulo fiscal ou de financiamento. E citou que o Brasil encontra-se em situação diferenciada por possuir “situação fiscal e de dívida bastante sólida”.

Apesar de reconhecer que a economia mundial está em um “momento muito crítico”, Moreno destacou que as ações tomadas nos próximos meses serão definitivas para se saber quão severa será a crise e quanto tempo ela ainda deverá durar. Segundo o presidente do BID, o conjunto de políticas adotadas pelos países em resposta à crise “pode abrir uma recuperação do sistema financeiro e, como consequência, (permitir) o crescimento dos países em desenvolvimento”.

Na avaliação do presidente do BID, nesta nova fase da crise, as economias latinas continuarão acopladas ao mundo desenvolvido. “Mas a qualidade das políticas tomadas influirá muito na possibilidade de recuperação e, sobretudo, na resistência a eventuais futuros choques”, reiterou.

Da FEM