Presidente dos Metalúrgicos do ABC discursa em congresso da categoria na Suécia

Representando o Brasil, Sérgio Nobre falou sobre o tema "As negociações coletivas no mundo" e destacou a importância de lutar para que os contratos coletivos de trabalho tenham validade nacional. O dirigente participa do 32° Congresso Mundial da Fitim, federação internacional com sede na Suíça, que representa 25 milhões de metalúrgicos

O presidente do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, Sérgio Nobre, discursou nesta terça-feira (26) no 32º Congresso Mundial da Fitim (Federação Internacional dos Trabalhadores nas Indústrias Metalúrgicas), aberto no domingo (24), em Gotemburgo, na Suécia. Como representante do Brasil, Sérgio falou sobre tema As negociações coletivas no mundo.

Em seu discurso, o dirigente do ABC destacou os vários brasis que existem dentro de um país de extensão continental como o Brasil, realidade que torna ainda mais importante que os sindicatos tenham liberdade de negociação para construir acordos com validade nacional.

Sérgio Nobre citou, como exemplo dessa situação, que em regiões onde o movimento sindical é forte, como no ABC, as 40 horas semanais já são realidade, mas o mesmo não ocorre na maior parte do País, mesmo em áreas altamente industrializadas.

As diferenças salariais também são gritantes, segundo ele. Enquanto a média salarial da categoria nas montadoras do ABC é de R$ 4 mil, em outras regiões atinge apenas um terço deste valor.

O presidente do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC disse aos delegados e dirigentes da Fitim que o Brasil carece de uma legislação nacional que garanta contratos coletivos que vigorem igualmente em todo o território e equiparem os direitos básicos de todos os trabalhadores metalúrgicos.

Sérgio Nobre lembrou que o salário mínimo (que teve seu poder real de compra aumentado nos governos Lula) é um bom exemplo de acordo nacional garantido pela luta das centrais sindicais.

SOBRE O CONGRESSO
O 32° Congresso da Fitim reúne cerca de 800 dirigentes sindicais e representantes de metalúrgicos de todo o mundo, até sexta-feira (29), para debater formas de garantir os postos de trabalho neste momento de crise econômica internacional.

Com sede em Genebra, na Suíça, a Federação representa os interesses coletivos de  25 milhões de metalúrgicos de mais de 200 sindicatos em 100 países.  Os delegados elegeram a nova diretoria para o mandato 2010/2013, que nesta edição assegurou representação a todos os continentes que participam da Federação.

SOBRE A FITIM
A Federação é uma das maiores e mais antigas da União Global das Federações. Foi fundada em Zurique, em agosto de 1893. Trinta membros de sindicatos de metalúrgicos sindicatos de oito países reuniram-se em um pequeno hotel de Zurique para criar um secretariado internacional e lançar as bases para a cooperação internacional entre todos os sindicatos dos metalúrgicos de todo o mundo.

Em 1904, durante congresso em Amesterdã, foi criada a Fitim para representar os interesses dos metalúrgicos em diferentes países. À época, tinha 440 mil membros, número que atingiu 2 milhões de membros após a Primeira Guerra Mundial, mas caiu durante a década de 1930. Desde a Segunda Guerra Mundial, o número de membros os atuais 25 milhões.

Da Assimp