Presidente e empresários assumem postura genocida

Mesmo diante da imensa tragédia sem precedentes causada pela pandemia do coronavírus, que até a tarde desta quarta-feira, 25, já somava mais de 2.400 casos confirmados no Brasil, com 57 mortos, parte do empresariado brasileiro se alinha ao presidente Bolsonaro e insiste no discurso de salvar o lucro e não as vidas. Eles criticam o fechamento do comércio e o isolamento social como medidas de contenção à propagação do vírus, recomendadas no mundo inteiro por especialistas, e incentivam a população a voltar ao trabalho.

Entre os senhores do capital que se posicionaram nas redes sociais dizendo que o dano à economia será muito maior do que o dano à saúde pública e que o trabalhador deveria ter mais medo de perder o emprego do que de ficar doente, estão o Júnior Durski, dono da rede de hamburguerias Madero, Alexandre Guerra, sócio dos restaurantes Giraffas, Luciano Hang, dono das lojas Havan, e o apresentador e empresário Roberto Justus. Após sua declarações, eles foram duramente criticados por internautas.

“Esses empresários insensíveis e egoístas dizem que vão morrer umas 7 ou 8 mil pessoas e que esse número não é gritante. A verdade é que eles estão pouco se lixando para população, acham que isso é brincadeira e fazem coro com o discurso irresponsável do presidente da república que segue menosprezando a gravidade da doença, espalhando fake news e chamando-a arrogantemente de ‘gripezinha’, criticou o presidente do Sindicato Wagner Santana, o Wagnão.

Wagnão ressaltou ainda que a esses empresários pouco importa a vida da população mais vulnerável que certamente sofrerá mais, caso contaminada.

“Enquanto os empresários visam o lucro, o presidente louco e genocida pensa em se manter no poder. Eles parecem viver num mundo paralelo e ignoraram por completo outras realidades como a vulnerabilidade dos moradores de rua, dos moradores de comunidades pobres sem acesso à água, saneamento e kits básicos de higiene. Mais uma vez a população mais pobre desse país sofre com o descaso completo dos que deveriam zelar por sua saúde”.

Wagnão fez um apelo para que trabalhadores e trabalhadoras sigam em quarenta e denunciem, caso estejam sendo coagidos. “É urgente que nós trabalhadores estejamos unidos, mesmo à distância, e mantenhamos o discurso sério e responsável de que devemos ficar em casa e não ceder aos chamados do patrão para voltar ao trabalho, caso sua área não seja essencial. Se estiver sendo coagido, procure seu Sindicado, mais uma vez reforçamos que essa é a hora de preservar vidas”, concluiu.