Pressão funciona: Fazenda admite corrigir a tabela do Imposto de Renda
Depois da intensa pressão, o Ministério da Fazenda admitiu que está disposto a corrigir a tabela do Imposto de Renda. Notícia na edição de ontem do jornal O Estado de S. Paulo afirma que o índice de correção deve ficar em torno de 10%.
O número não repõe a defasagem total que vem desde o governo anterior, porém é maior que a inflação projetada neste primeiro ano do governo Lula, que deverá fechar em torno de 8,5%.
Se confirmados os 10%, a faixa de isenção aumenta dos atuais R$ 1.051,01 para R$ 1.163,80, o que traz um alívio para os menores salários. Lembre-se que o teto de isenção é o salário bruto menos as deduções fixas previstas em lei como INSS e dependentes.
A correção da tabela deve ser feita através de medida provisória que o governo prometeu enviar ao Congresso na próxima semana.
>> Segunda faixa
A correção anunciada, entretanto, não resolve todo o problema. A notícia afirma que não haverá correção para a segunda faixa da tabela que ficaria mantida nos atuais R$ 2.115,00. Ou seja, os salários médios continuarão sofrendo o confisco, o que é inadmissível. Salário não é renda. Por isso, a categoria deve continuar mobilizada.
A luta pela correção não vem de hoje. O presidente do Sindicato, José Lopez Feijóo, fez a cobrança pessoalmente ao ministro da Fazenda Antonio Palocci quando ele esteve no Sindicato em julho durante o 4º Congresso. Na época, Feijóo lembrava que muitos trabalhadores isentos se tornariam pagantes de imposto de renda devido ao reajuste da campanha salarial, enquanto outros pagariam mais. A mesma preocupação foi levada ao ministro pelo presidente da CUT Nacional, Luiz Marinho.
Em seguida, uma equipe do governo esteve no Sindicato para ouvir as reivindicações dos metalúrgicos, que começaram a pressionar o ministério diretamente através de mensagens por correio eletrônico. Até ontem, a página do Sindicato na internet havia registrado 1.842 manifestações de protesto contra o congelamento da tabela.