Pressão total por uma boa proposta!
Metalúrgicos da Karmann Guia, Mahle Metal Leve, Ouro Fino e Federal Mogul protestaram ontem exigindo um acordo semelhante aos já aprovados. O grupo 2 melhorou sua proposta. Hoje, quando vence o prazo para o grupo 3 e Fundição, serão realizadas novas ações de pressão.
Milhares de metalúrgicos
das empresas do grupo
3 de todo o Estado estão
realizando nesta semana
manifestações e paradas da
produção para exigir que
os patrões apresentem uma
proposta salarial conforme
o bom momento econômico
vivido pela indústria
automotiva do País.
Hoje é dia de assembléia
na Sede do Sindicato,
às 18h, para quem trabalha
nas empresas dos grupos 2,
3 e fundição.
Na categoria, os protestos
de ontem aconteceram
na Mahle Metal Leve e
na Karmann Guia, em São
Bernardo, na Federal Mogul,
em Diadema, e na Ouro
Fino, em Ribeirão Pires.
Em todas elas, os companheiros
enviaram um único
recado aos patrões.
“Se não tiver proposta
decente, segunda-feira
começa greve por tempo
indeterminado”, avisou Sérgio
de Lima Pereira, coordenador
do CSE na Federal
Mogul.
Ele disse que os trabalhadores
suspenderam as
horas extras até que o acordo
seja assinado. “A companheirada
não abre mão do
aumento real”, comentou.
No período da tarde,
o pessoal do CSE realizou
reuniões internas, para informar
sobre o resultado da
assembléia da manhã.
A fim de reforçar a
vontade de garantir um bom acordo, trabalhadores de
várias autopeças vão realizar
protestos, ações de pressão
e paradas da produção durante
o dia de hoje. “Nossas
mobilizações têm o objetivo
de fortalecer a bancada dos
trabalhadores na mesa de
negociação”, conclui ele.
Pessoal na Karmann Ghia volta pra casa
Na Karmann Ghia, o
protesto terminou às 10h30,
quando os trabalhadores
decidiram parar de vez a
produção e ir embora para
casa.
“Os companheiros
têm claro que o grupo 3
não está sendo responsável,
pois ficou de apresentar
proposta depois do acordo
com as montadoras, e
até agora nada aconteceu”,
lembrou Valter Saturnino,
o Valtinho, da coordenação
do CSE.
Ele disse que a irritação
é geral, tanto entre horistas
como mensalistas.
“Existe um sentimento
de que os patrões não estão
levando a sério as negociações.
Muitos já queriam
desligar as máquinas e o
clima na fábrica é de greve”,
disse.
Alerta na Ouro
Fino e na Mahle
Na Ouro Fino, os trabalhadores
entraram em
estado de alerta. “Eles estão
conscientes de que só a parada
da produção sensibiliza o
patrão. Também aprovaram
luta na próxima semana caso
não haja acordo”, comentou
Nelsi Rodrigues da Silva, o
Morcegão, coordenador da
Regional de Ribeirão Pires.
Na Mahle Metal Leve,
a assembléia de protesto
aconteceu na entrada do
turno da tarde. Os trabalhadores
reafirmaram disposição
de não fazer hora extra
e confirmaram participação
na assembléia de hoje.
“Tem trabalhador que
quer parar a produção na
semana que vem mesmo
com acordo, por causa da
canseira que os patrões estão
dando neste ano”, disse
Amarildo Araújo, do CSE.