Pressionar o Congresso para votar as 40 horas

No próximo dia 11, as seis centrais sindicais brasileiras voltarão unidas às ruas de Brasília para realizar a 6ª Marcha da Classe Trabalhadora. O principal objetivo do movimento neste ano é pressionar o Congresso Nacional a aprovar a Proposta de Emenda Constitucional que reduz a jornada de trabalho de 44 para 40 horas semanais, sem mexer nos salários.

A ação dos trabalhadores também vai combater a ofensiva contra a redução da jornada que os patrões desenvolvem por meio da CNI (Confederação Nacional da Indústria) e da Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo).

As mesmas entidades também promovem intensa atividade junto aos meios de comunicação para atacar o projeto. E usam os mesmos argumentos que apresentaram em 1988 contra a redução de jornada de 48 horas para 44 horas.

Na época, os patrões afirmaram que a diminuição do tempo trabalhado tornaria inviável a produção por causa da elevação dos gastos com pagamentos. Mentira!

Dividir
Estudo do Dieese publicado ano passado mostra que nos últimos vinte anos o lucro dos patrões cresceu, enquanto os trabalhadores continuaram no prejuízo.

Segundo o Dieese, entre 1988 e 2008 a produtividade da indústria aumentou 84% no País. Isto é, o trabalhador que em 1988 fabricava 100 unidades, vinte anos depois fabrica 184 unidades sem aumentar os gastos da empresa. Portanto, o lucro patronal quase dobrou.

No mesmo período, no entanto, o número de postos de trabalho subiu apenas 23%. Ou seja, com apenas 23% de mão de obra a mais os patrões tem produção 84% maior.

“Está mais que na hora de dividir um pouco essa riqueza”, afirma Artur Henrique, presidente nacional da CUT.

Outras reivindicações ao Congresso

Ratificar as convenções da OIT (Organização Internacional do Trabalho) que garantem a negociação coletiva no serviço público e impedem a demissão imotivada.

Retirar os projetos que terceirizam e precarizam as relações de trabalho.

Aprovar a política de valorização do salário mínimo negociada pelas centrais com o governo.

Aprovar emenda constitucional que proíbe o trabalho escravo.

Defesa da exploração do pré-sal pelo Estado brasileiro.