Previdência não vai quebrar sem a reforma
(Foto: Adonis Guerra)
Após a sanção da terceirização geral pelo presidente Michel Temer, as reformas da Previdência e Trabalhista avançam na Câmara dos Deputados. A previsão do relator da Comissão Especial da reforma da Previdência, deputado Arthur Maia, do PPS-BA, é apresentar seu parecer nesta semana.
“Os metalúrgicos do ABC têm que resistir ao pacote de maldades que esse governo quer impor. A reforma da Previdência é uma crueldade com os trabalhadores brasileiros”, afirmou o secretário-geral do Sindicato, Wagner Santana, o Wagnão.
“A resistência e unidade dos trabalhadores serão fundamentais para barrar os retrocessos”, disse. Saiba mais sobre o ato de sábado, dia 8, na página 2.
A fase de audiências públicas sobre a Previdência terminou na semana passada com o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, no dia 30. Ele afirmou que a Previdência brasileira seria “generosa” em comparação aos países europeus como Alemanha e França.
“O Brasil tem problemas sociais e a elite daqui não olha para isso. O País não tem indicadores de países desenvolvidos nem de condições de sociedade decente que existem na Europa. São realidades diferentes para fazer qualquer comparação”, criticou Wagnão.
O secretário-geral dos Metalúrgicos do ABC disse que é uma mentira que a Previdência é deficitária e vai quebrar se a reforma não for feita.
“A Previdência integra um tripé da Seguridade Social que inclui ainda a Assistência Social e a Saúde. Mesmo no ano de crise que atravessamos, houve superávit na Seguridade”, explicou. Confira abaixo a tabela com as receitas, despesas e o resultado.
O ex-presidente do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada, o Ipea, e professor da Unicamp Marcio Pochmann (foto) explicou em audiência pública no dia 29 de março que a reforma vai elevar o desemprego, prejudicar o consumo e diminuir a arrecadação.
“Com a reforma da Previdência, vamos dar um tiro no pé”, afirmou.
“Se vier a comprometer o gasto social, o Brasil pode entrar num ciclo de longa duração de estagnação e não sair da recessão”, continuou.
De acordo com Pochmann, as propostas do governo Michel Temer para a economia, como a reforma previdenciária e o teto de gastos públicos, vão fazer os gastos sociais retornar ao nível do final do governo Fernando Henrique Cardoso dos atuais 23% do Produto Interno Bruto, o PIB, para algo em torno de 19%.
“Quando você torna mais difícil a pessoa se aposentar, desestimula o trabalho formal, desestimula a contribuição para a Previdência e agrava a recessão no País, ao invés de incentivar a retomada econômica”, disse.
Pochmann ressaltou que a reforma vai levar a classe média a buscar a previdência privada, sobretudo operada por bancos estrangeiros.
TRABALHISTA
A Comissão Especial da Reforma Trabalhista na Câmara teve uma audiência pública ontem.
Os debates sobre o projeto devem prosseguir na Comissão até o dia 12, data prevista para a apresentação do parecer do relator, deputado Rogério Marinho, do PSDB-RN.
Da Redação