Primeiro crescimento em 10 anos
Pela primeira vez nos últimos dez anos, todas as pesquisas de emprego apontam uma melhora no mercado de trabalho, refletindo a recuperação da economia. Mas ainda vai demorar para muitos trabalhadores encontrarem serviço.
Estudo realizado pelo secretário do Trabalho de São Paulo, Márcio Pochmann, mostra que o desemprego praticamente dobrou no País nos últimos dez anos, passando de 4,4 milhões em 1993 para 8,5 milhões em 2003. Neste período o Brasil foi governado por Fernando Henrique, do PSDB.
Mudança
Agora que mudou o presidente, não há dúvida sobre o crescimento do mercado de trabalho. A taxa de desemprego nacional medida pelo IBGE caiu de 11,4% da População Economicamente Ativa (PEA) em agosto para 10,9% em setembro.
O Ministério do Trabalho aponta que entre janeiro e setembro foram criados um milhão e seiscentos mil empregos com carteira assinada no País, 7,16% a mais que em igual período do ano passado.
Salários são achatados
O problema das novas vagas é que são em número menor que os novos trabalhadores que chegam ao mercado. No período pesquisado, foram abertos 12,7 milhões de postos de trabalho, só que 16,8 milhões de pessoas começaram a procurar serviço.
Como consequência, diminuem os salários. Quando existe muita gente para a vaga o patrão paga menos pois sabe que a briga pelo emprego é grande. O estudo de Pochmann prova isso. Ele mostra que de cada dez vagas criadas entre 1993 e 2003, só uma paga mais que três salários mínimos (R$ 780,00).
Segundo o secretário do Trabalho, cinco milhões e quinhentas mil das novas vagas foram com carteira assinada, mas sete milhões e duzentos mil não têm direitos.
Pochmann identificou na agricultura outro foco de desemprego, já que o setor fechou quase dois milhões de vagas nos últimos dez anos.