Primeiro de Maio
Na sexta passada celebramos o Dia Mundialdos Trabalhadores. Dia delembrar as lutas de todauma classe social, a classe dos trabalhadores.
Dia também de comemorar as vitórias, as conquistase, entre elas, o orgulho de termos nosso Presidente da República, um legítimo companheiro, trabalhador, metalúrgico e do ABC.
Dia também de fazermos uma reflexão sobre o trabalho. Não apenas sobre o nosso trabalho assalariado, tão ameaçado e precarizado, que é encarado muitas vezes como um empecilho ao progresso do capitalismo. Mas, sobretudo, ao trabalho informal, celebrado pelos capitalistas
como empreendedor, na visão ideologizada da alternativa para o futuro. Para essa reflexão deixar o campo das idéias, nada melhor que o exemplo prático, escancarado na mais dura realidade da nossa sociedade, que são os vendedores ambulantes.
Vendendo alimentos, refrigerantes, cosméticos, roupas, artigos de limpeza, enfim, uma gama enorme de produtos, quase todos fabricados por grandes empresas, muitas delas multinacionais, na verdade são meros distribuidores a serviço dessas empresas. Distribuidores com regiões delimitadas,com regras a seremobedecidas, metas a serematingidas. Horários, dias e prazos a serem cumpridos.
Como pagamento, o que recebem é apenas uma pequena diferença entre o valorque tem de pagar pelos produtos e o que obtém nahora da venda.
Estão implícitos no negócioo risco pelas perdas, os produtos que encalham, as mercadorias que perdem a validade, os roubos, acidentes, enfim, todos os riscos de quem enfrenta o sol, a chuva, a poluição, o trânsito e a violência para sobreviver.
Ninguém é remunerado pelo trabalho. O trabalho de distribuição, que gera enormes lucros para as empresas, é gratuito. Sem custo, sem benefícios, sem garantias, sem direitos, sem proteção. Um trabalho mais que escravo disfarçado de empreendedor.
Departamento de Saúde e
Meio Ambiente