Primeiro Emprego faz um ano

Chiquinho, 17 anos, precisa trabalhar. O pai ganha salário mínimo, a mãe, diarista, nem isto.

A mãe ouviu que o “Primeiro Emprego”, programa do governo, ajuda a moçada achar serviço. A coisa funciona assim: a empresa que contratar jovens entre 16 e 24 anos que frequentem a escola terá direito a receber ajuda financeira por jovem contratado.

O depósito de material de construção da esquina está precisando de um ajudante ao custo de um salário mínimo, com carteira. Procurado pelo Chiquinho, o dono se interessou. Podia ter até R$ 1.500,00 por ano para contratar um jovem.

Depois de muito procurar, o dono soube que tinha que se cadastrar numa repartição. Daí ficou sabendo que o Chiquinho, tinha que fazer a mesma coisa numa outra repartição. E de balcão em balcão, já se passaram dois meses e a coisa não virou.

Este caso ilustra bem a situação do programa: depois de um ano, da meta de 70 mil empregos, foram criadas apenas 2.292 vagas. Pior, há empregador reclamando que contratou um jovem em fevereiro e desde abril não recebe o incentivo.

Cresce o sentimento que está sobrando balcão e faltando mais informação, mais agilidade ao programa. Trata-se de um bom programa, que merece correções para poder engrenar.

Além disso, como enfatizou a CUT, o projeto deve fazer parte de um conjunto de programas voltados à geração de emprego e renda, com várias medidas para diminuir os índices de desemprego, envolvendo outros itens como redução da jornada, limite às horas extras, regulamentação da automação, combate a contratação ilegal, taxas de crescimento econômico na medida da necessidade do nosso mercado de trabalho e da dimensão do nosso déficite social.

Subseção DIEESE