Primeiro galpão da fábrica da BYD fica pronto em outubro
Equipamentos da linha de produção já foram embarcados e carros começam a ser montados com peças trazidas da China
Ao vasculhar uma galeria de fotos no celular, o vice-presidente da BYD Brasil, Alexandre Baldy, arregala os olhos, satisfeito, ao encontrar a imagem que procurava: obras, adiantadas, de um galpão de 120 mil metros quadrados, o ponto de partida da fábrica da BYD em Camaçari (BA). Se as projeções do executivo se confirmarem, em outubro o galpão estará pronto para receber a primeira linha de produção, de onde, ainda neste ano, sairão os primeiros veículos da marca montados no Brasil.
A imagem foi feita para uso interno. Mas serve para dar a dimensão do significado dessa obra de construção civil. É no Brasil que a maior montadora de carros elétricos da China dá o primeiro passo do projeto de expandir a atividade industrial fora do seu país de origem. Em torno de 1,2 mil pessoas trabalham hoje no local onde até 2021 funcionava uma fábrica da Ford e que, aos poucos, deixa de remeter à imagem da montadora americana. As obras indicam uma transformação gigante.
Em Camaçari, trabalham não só operários da construção, mas também técnicos e engenheiros dedicados ao desenvolvimento de produto. Há também um vai-e-vem de pessoal cruzando fronteiras para intercâmbio de conhecimento. Ainda em setembro, segundo Baldy, 100 brasileiros embarcarão para a China e, no sentido inverso, chineses também têm vindo para o Brasil. No início da atividade da futura fábrica, os carros serão montados com kits de peças que virão da China, segundo Baldy.
A nacionalização só começará em 2025, incluindo fornecedores de componentes para veículos híbridos movidos a etanol. Da Ásia também virá o equipamento da linha de montagem. Em Camaçari, também já começaram as obras de construção de prédios residenciais, onde os funcionários poderão morar. Trata-se de um modelo que a companhia já adota em sua sede, em Shenzhen, China. As moradias ficarão a 3,5 quilômetros da fábrica, em área de 81 mil metros quadrados e terão capacidade para 4,2 mil pessoas.
Do Valor Econômico