Prisões e interrogatórios
Philadelpho ficou cerca de 20 dias preso depois do golpe militar, e depois foi solto, retornando ao serviço na Fichet, onde era montador.
Ele diz que os interventores tomaram conta do Sindicato. “Nós éramos proibidos de participar das assembléias. E de tempos em tempos o DOPS levava a gente para interrogatórios, como uma espécie de aviso de que controlavam nossos passos”.
Para Philadelpho, o golpe de 64 foi um golpe do capitalismo com respaldo da burguesia brasileira. “Nós apoiávamos as reformas de base de João Goulart”.
O primeiro secretário do Sindicato dos Metalúrgicos de São Bernardo e Diadema, José Fernan-des, escapou de ser preso por estar em Moscou. Em fevereiro de 1964, ele tinha viajado com outros 30 sindicalistas para fazer curso sobre reforma agrária e conhecer as fazendas coletivas.
“Ficamos sabendo do golpe pelo rádio. O presidente do Sindicato era o Anacleto Potomatti e os diretores, que eram quadros do Partidão, ou foram presos ou caíram na clandestinidade”.