Privataria tucana: Metroviários podem parar contra privatização

Os metroviários de São Paulo podem entrar em greve na próxima terça-feira, em protesto contra a privatização da Linha 4 – Amarela, prevista para entrar em operação em 2008. O trecho irá ligar o bairro de Butantã com o Centro e terá sete estações.

A decisão sobre a greve seria tomada ontem à noite, em assembléia da categoria. A concessão de uso da linha 4 – Amarela foi ganha na última quarta-feira por um consórcio internacional de empresas, formado por duas das maiores construtoras brasileiras, Camargo Correa e Andrade Gutierrez (que já administram rodovias privadas), e concessionários que exploram os metrôs de Paris e Buenos Aires.  A privatização estava prevista desde o início do projeto, durante o governo Alckmin.

Na avaliação do Sindicato dos Metroviários, o governo do Estado de São Paulo e a Companhia do Metropolitano incorreram em vários erros jurídicos e de desrespeito à legislação vigente durante a licitação da linha. O principal deles contraria uma determinação da Justiça  que suspendeu o processo de concessão por uma ação movida pelo Sindicato.

O Sindicato aponta ainda as seguintes ilegalidades e irregularidades da licitação:

O governo do Estado investirá mais de R$ 2 bilhões, 73% da obra;

A iniciativa privada investirá menos de R$ 700 milhões, ou 27% da obra;

O Metrô pagará o lucro prometido caso a arrecadação com tarifas não atinja a meta estabelecida durante os 30 anos de concessão;

O Metrô abrirá mão de todo o rendimento dos empreendimentos associados nas estações e arredores, como lojas, estacionamentos, publicidade etc;

A tarifa do concessionário terá reajuste superior a das tarifas normais;

O Metrô terá que investir na modernização da Linha C da CPTM, para garantir aumento de demanda para a linha. Caso contrário terá de pagar pelas viagens não realizadas.

Não está garantido que o concessionário terá que comprar os 29 trens que constam no edital.