Privatização: Tucanos desmontam educação pública
Em apenas dois meses à frente do governo estadual, José Serra já mostrou que pretende concluir o trabalho iniciado há doze anos com Covas de desmontar a educação pública estadual e entregá-la nas mãos da iniciativa privada.
Neste início de ano Serra mandou cortar as verbas orçamentárias para a educação, reduziu o programa Escola da Família criado por Alckmin e cortou os repasses às universidades estaduais.
Ensino na escola estadual paulista piorou
A progressão continuada, implantada por Covas em 1997, foi responsável pela piora na qualidade da educação nas escolas estaduais.
Nesse ano, a rede estadual de São Paulo estava entre as melhores do País e agora está entre as piores.
A progressão continuada só permitia a reprovação do aluno no término do ciclo, na quarta e na oitava séries.
O péssimo desempenho das escolas estaduais paulistas revelados, nos exames de qualidade fez com que o o PSDB colocasse a culpa no próprio PSDB.
O ex-secretária de Educação no governo Covas, Rose Neubauer, que implantou o projeto, disse que ela não tem culpa. Ela culpou o secretário de Alckmin, Gabriel Chalita, que não teria dado continuidade ao projeto com implantação do reforço semanal, recuperação nas férias e capacitação de professores.
Rose Neubauer disse que a saída é promover pesados investimentos na Educação, mas foi ela que fechou centenas de escolas, demitiu professores e superlotou as salas de aula.
Serra corta programa Escola da Família
Quando Alckmin implantou o programa Escola da Família, disse que esse era o melhor instrumento para melhorar a qualidade do ensino e diminuir a violência.
O programa funcionava das 9h às 17h de sábado e domingo, com atividades esportivas e recreativas.
Ao assumir, Serra cortou o programa em mais da metade das 5.200 escolas onde funcionava.
A verba do programa, de R$ 216 milhões de reais, foi cortada para R$ 108 milhões.
A secretária da Educação disse que o custo do projeto é muito caro. Com o corte, serão dispensados os educadores que trabalhavam nos finais de semana.
Menos dinheiro às universidades paulistas
Em seu primeiro dia de governo, Serra tomou duas decisões sobre a educação universitária, uma retendo as verbas para USP, Unesp e Unicamp e outra tirando a autonomia dessas universidades.
O presidente da Associação dos Docentes da USP, César Minto, disse que as medidas de Serra mostram que os tucanos entendem que é muito caro manter um ensino público de qualidade.
Ele disse também que os cortes no ensino comprometem uma educação de qualidade.
Para César Minto, o projeto tucano caminha para a privatização do ensino superior com soluções de mercado, com fez FHC como presidente.