Produção aumenta e empresa de São Bernardo cancela lay off

Magneti Marelli chamou cem trabalhadores de volta ao trabalho três meses antes do prazo; autopeças recebeu encomenda da montadora japonesa Mazda

Cem trabalhadores na Magneti Marelli, autopeças de São Bernardo, retornaram ao trabalho nesta segunda-feira (04), três meses antes do prazo acordado entre Sindicato dos Metalúrgicos do ABC e empresa para evitar demissões em massa. Os contratos estavam suspensos (lay off) desde março e o retorno marcado somente para agosto. Pelo acordo, o prazo do lay off poderia ser prorrogado por mais cinco meses. A Magneti tem 500 funcionários.

 

A empresa informou ao Sindicato que chamou os trabalhadores de volta porque retomou parte da produção após encomenda da montadora japonesa Mazda e de novos pedidos da MWM, produtora de motores. A Magneti Marelli, antes da crise, produzia mensalmente um milhão de camisas (peça que reveste motores de veículos), volume que chegou a cair para 200 mil, pior número desde setembro do ano passado. Com os novos pedidos, a produção subirá para 500 mil/mês.

 

 

Nesses dois meses, os  trabalhadores que tiveram os contratos suspensos receberam seguro desemprego que era complementado pela fábrica até atingir o salário normal. Eles também frequentaram cursos de qualificação no Senai e de cidadania, no Sindicato. O acordo garantiu estabilidade de emprego de 90 dias aos funcionários.

 

Em fevereiro deste ano, o lay off foi aprovado pelos trabalhadores em assembléia para evitar demissões em massa cogitadas pela Magneti desde abril de 2008, quando despencaram os pedidos da GM dos Estados Unidos, principal cliente da empresa. Antes de setembro de 2008, a General Motors comprava 60% da produção da Magneti de São Bernardo, que tinha 80% de sua produção voltada ao mercado externo.

 

Há quase um ano, portanto antes da crise econômica internacional estourar, várias medidas foram negociadas entre o Sindicato e a fábrica – licença remunerada, férias coletivas e PDV – para evitar demissões.

 

JORNADA NORMAL – Desde o início deste ano, o Sindicato dos Metalúrgicos do ABC negociou e firmou acordos com mais de 40 empresas para evitar demissões. Na maioria delas, foram adotados mecanismos de preservação de emprego como redução de jornada (com garantia de estabilidade de emprego e vale-compra para manter o rendimento mensal). Oito dessas empresas, a maioria autopeças, cancelaram a redução de jornada antes do prazo e chamaram os trabalhadores à rotina normal de trabalho por conta do aumento na produção. 

 

Da Redação da Tribuna Metalúrgica e Assimp