Produção de carros cresce em janeiro, mas mercado deve desacelerar em 2023

Apesar do resultado mensal ter sido melhor ante o ano passado, associação aponta que a falta de componentes era mais crítica em 2022

O resultado de janeiro não é tão animador quanto parece e, na verdade, aponta para uma desaceleração em 2023. É o que diz a Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea) sobre o mês do ano. De acordo com a associação, a produção subiu 11,3% para carros e 2,1% para comerciais leves, o que poderia ser um bom indicativo, se não fosse o fato de que a base de comparação é janeiro de 2022, o pior em 19 anos.

A produção foi melhor na comparação com janeiro passado, mas ficou bem abaixo ante dezembro, recuando 16,3% para carros e 11,1% para comerciais leves. Muitas fabricantes aceleraram a fabricação em dezembro antes das férias coletivas, para gerar um estoque, e por conta dos últimos lançamentos.

Os licenciamentos também recuaram consideravelmente ante dezembro, com uma queda de 36,7% para carros e 29,4% nos comerciais leves. Ainda assim, foi um resultado melhor do que janeiro de 2022, com um crescimento de 12,6% e 9,2%, respectivamente. Para Márcio de Lima leite, presidente da Anfavea, o cenário ainda é marcado por incertezas com a troca do governo, que ainda está definindo a política econômica, além da alta taxa de juros, o que encarece o financiamento e afasta o consumidor, diminuindo a demanda.

Ainda há a habitual dificuldade financeira no orçamento, por ser um período de gastos com matrícula escolar, IPTU, IPVA e o retorno das férias, gerando uma concentração de gastos, o que sempre afeta as vendas de janeiro e fevereiro. As exportações continuaram a crescer e registraram um avanço de 8,8% para automóveis e 15,7% no segmento de comerciais leves em comparação com dezembro.

Do Motor1