Produção de veículos cai 0,9% em julho
Resultado demonstra estabilidade da indústria automobilística nacional. Os empregos na industria subiram 0,1%
Afetada pela queda das vendas externas, a indústria automobilística nacional registrou queda produtiva de 0,9% em julho, sobre o resultado de junho. No mês, foram fabricados 281,6 mil veículos (automóveis, comerciais leves, caminhões e ônibus), contra 284,6 mil no mês anterior. Na comparação com julho de 2008, quando foram produzidas 320,1 mil unidades, a queda na produção foi de 12%.
No acumulado de janeiro a julho, a produção caiu 11,5% em relação ao mesmo período de 2008. O nível passou de 2 milhões de unidades para 1,75 milhão. O balanço foi divulgado nesta segunda-feira (10), pela Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea).
As exportações continuam a ser a grande preocupação das montadoras, especialmente em relação aos mercados argentino e mexicano, com os quais o Brasil mantém relações de livre comércio. Em unidades, as vendas para outros países caíram 6,5% em julho em relação a junho, com 36.813 unidades. Porém, ao comparar os sete primeiros meses deste ano com o de 2008, as exportações mostram forte queda, de 46,6%. Segundo a Anfavea, foram vendidas no mercado externo 444.579 unidades neste período, contra 237.519 em igual intervalo de 2008.
As vendas externas em valores demonstram quadro ainda mais agravante. De janeiro a julho deste ano os valores exportados já registram queda de 52,7%: foram exportados US$ 8,14 bilhões no ano passado, contra US$ 4,15 bilhões em 2009.
Automóveis e comerciais leves
Por outro lado, a prorrogação do desconto do IPI garantiu o bom humor do consumidor brasileiro para investir na compra do carro zero quilômetro. Embora a dúvida sobre a manutenção da medida tenha adiantado as vendas e feito com que o número de emplacamentos fosse menor em junho – de 289.780 unidades de automóveis e comerciais leves contra 273.581 em julho, redução de 5,6% – no acumulado a queda chega a 12,9%. Ao todo foram fabricadas neste ano 1.669.931 unidades de automóveis e comerciais leves. No mesmo período do ano passado haviam saído das linhas de montagem 1.888.862 unidades.
Caminhões
As vendas de veículos comerciais registram tímido crescimento. No mês de julho 9.649 unidades foram vendidas, o que garante estabilidade em relação a junho, quando foram emplacados 9.651 caminhões. Porém, ao comparar o desempenho no acumulado, as vendas de caminhões caíram 33,5% sobre o período de janeiro a julho de 2008. Com isso, a produção de veículos comerciais permanece em baixa. No acumulado do ano, a produção de caminhões caiu de 95.037 unidades em 2008 para 63.189 unidades.
Quem puxa a queda no acumulado do ano são os modelos pesados e semileves, diretamente afetados pela queda das encomendas vindas de outros países. Respectivamente, os segmentos registraram baixa de 54,3% e 41% nas vendas.
Preocupado com a crise do segmento, o governo federal atribuiu novas condições ao programa BNDES Procaminhoneiro, com juros anuais para financiamento de 4,5%. Apesar de o programa beneficiar apenas autônomos, a ideia do governo é estimular as vendas internas, para reduzir os danos da crise à indústria.
Emprego
O nível de emprego na indústria automobilística nacional teve alta de 0,1% em julho em relação ao mês anterior. Atualmente, as montadoras empregam de forma direta 119.598 pessoas. Em julho do ano passado o nível era 7,5% maior, com 129.362 funcionários contratados.
Do G1