Produção de veículos pesados no País cresce 8%
Previsão da recuperação em 2010 é uma unanimidade entre diversos especialistas do segmento de ônibus, caminhões e implementos rodoviários
Apesar de divergência nos seus índices os palestrantes do Seminário AutoData O Futuro do Rio Grande do Sul Automotivo e da Indústria de Transportes, realizado em Caxias do Sul, RS, foram unânimes: o ano que vem será de recuperação, com possibilidade de repetir 2007 no segmento de ônibus, caminhões e implementos rodoviários. Os índices variam de 8%, o mais baixo, na visão da Marcopolo para o segmento de ônibus, até 16% no entendimento da MWM na área de motores.
O diretor geral da Marcopolo, José Rubens De La Rosa, projeta crescimento de 8% a 10% no mercado nacional de ônibus, com destaque para um início de ano de produção vigorosa. Tanto que a empresa suspendeu as habituais férias coletivas de fim de ano e contratou perto de quinhentos trabalhadores para suas duas na cidade.
Ele lembra que em função das eleições o primeiro semestre será de atividade intensa, com tendência de recuo natural no período seguinte. Sua preocupação para o ano continua sendo o mercado externo, pressionado pela questão cambial: “O cenário é de otimismo para o mercado interno nos próximos anos, exceto se ocorrer alguma crise extemporânea. Nas vendas externas o sinal amarelo permanece ligado”.
O supervisor da MAN Latin America, Roberto Pavan, acredita que o mercado nacional de ônibus absorverá em torno de 28 mil unidades, podendo chegar a 30 mil caso se defina a questão das concessões das linhas rodoviárias. Recorda que este número é superior ao de 2008, quando foram emplacados 26,4 mil ônibus.
Para Luiz Kanan, diretor da MWM International, a produção da empresa deve crescer até 16%, totalizando 130 mil unidades em 2010: duzentos funcionários foram contratados e férias coletivas canceladas. As vendas de 2009 ficarão na casa de 110 mil unidades, em queda de 22% sobre as 140 mil do ano anterior. Parte do incremento virá de contratos recentemente assinados com Daewoo, na Coréia do Sul, e Navistar, no México.
O diretor de suprimentos da Agrale, Édson Santos, projeta expansão de 8,5% a 9% nos seus negócios no segmento de chassis leves e médios para ônibus. No de caminhões até 13 toneladas aposta em expansão significativa, mas pondera que a base de comparação é muito baixa: “O mercado de caminhões foi o mais afetado por esta crise”.
Para ele o governo destravará o Programa de Aceleração do Crescimento, o que repercutirá positivamente no mercado de caminhões.
Eustáquio Sirolli, gerente da Mercedes-Benz, afirmou que o volume atual de vendas internas é intenso. Destacou também início de reação em mercados externos, como Argentina e Chile.
O diretor executivo da unidade de implementos rodoviários da Randon, Norberto Fabris, observou que este ano o mercado nacional de rebocados deve fechar em queda de 30% e o de leves em cerca de 17%. Para 2010 a projeção é de crescimento de 10,5%, totalizando algo próximo a 42 mil unidades. Para o Exterior devem seguir outras 4 mil, perto de 30% acima do volume a ser consolidado em 2009, mas 40% abaixo do realizado no ano passado, que chegou a 7 mil.
O diretor geral da Guerra, Rodmar Cardinali, concorda com Fabris, estimando 42 mil unidades internas, pouco acima das 40 mil que projeta para este ano. Segundo ele o ano foi marcado por combinação de fatores que o tornou muito difícil: “A crise pegou as empresas com estoques de insumos elevados, adquiridos por preços altos, para fazer frente a uma demanda que não se confirmou. Na sequência tivemos de vender os produtos acabados a preços menores”.
Da Autodata