Produção industrial melhora, diz IBGE

A produção industrial vem melhorando gradualmente, mas seu ritmo de expansão ainda é moderado, avaliou o gerente da coordenação de indústria do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), André Luiz Macedo.

“Mesmo com a melhora clara no ritmo da produção industrial, o resultado ainda é insuficiente para suplantar a perda acumulada de maio a julho. Ainda há um saldo negativo a ser superado. É claro que houve melhora no ritmo da produção, mas ele ainda é bastante moderado”, afirmou o especialista do IBGE.

Segundo dado dessazonalizado da Pesquisa Industrial Mensal – Produção Física (PIM-PF), o setor cresceu 0,6% entre setembro e outubro. Foi o terceiro resultado positivo consecutivo do indicador, que acumula alta de 1,3% nesse período. Entretanto, entre maio e julho, a indústria registrou recuo de 2,3% na produção.

De acordo com Macedo, o que chama atenção no resultado da produção industrial de outubro frente a setembro é o perfil disseminado de aumento de atividade, ocorrido em 21 dos 27 ramos investigados.

Nesse período, o melhor desempenho verificado pelo IBGE foi em edição, impressão e reprodução de gravações, que cresceu 13,1%, enquanto o setor de madeira cresceu 6%, ao passo que o de fumo subiu 5,7%.

Na série dessazonalizada, o resultado mais baixo apurado foi no setor de bebidas, cuja produção encolheu 5,9%, seguido por mobiliário e veículos automotores, que recuaram 4,8% e 3,1%, respectivamente.

Entre as categorias de uso, dos quatro grupos, três tiveram alta na produção. Entre setembro e outubro, na série livre de influências sazonais, bens de capital avançaram 0,6%, bens intermediários subiram 0,3% e bens de consumo semiduráveis e não duráveis tiveram alta de 1%, ao passo que bens de consumo duráveis recuaram 0,6%.

“Claramente, há um número maior de taxas positivas. Esse perfil disseminado de resultados positivos não era observado desde junho deste ano, quando 22 atividades tiveram crescimento”, disse Macedo.

Apesar dos avanços dos últimos meses, o patamar de produção da indústria brasileira ainda está 2,6% abaixo do pico da série, registrado em maio de 2011.

Produção industrial sobe pelo terceiro mês consecutivo

A produção industrial subiu 0,6% em outubro, na comparação com o mês anterior, na série com ajustes sazonais. Foi a terceira alta mensal consecutiva, conforme pesquisa do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

O resultado de outubro é o melhor desde junho deste ano, quando a produção subiu 2,4% frente a maio, feitos os ajustes sazonais, e ficou acima da previsão média de 19 instituições financeiras e consultorias consultadas pelo Valor Data, de estabilidade. Em setembro, ante um mês antes, a produção da indústria brasileira subiu 0,5%, dado revisado de alta de 0,7%.

Na comparação com outubro de 2012, a produção industrial brasileira aumentou 0,9%. No ano até outubro, a indústria teve alta de 1,6% e, em 12 meses, avançou 1%.

Entre as categorias de uso, considerando o comparativo mensal, bens de capital avançaram 0,6%, bens intermediários subiram 0,3% e bens de consumo semiduráveis e não duráveis tiveram elevação de 1%. Bens de consumo duráveis, contudo, recuaram 0,6%.

Em relação a outubro de 2012, a produção de bens de capital subiu 18,8%, mas a de bens intermediários caiu 0,7%. Bens de consumo duráveis encolheram 3,2% e a de bens de consumo semi e não duráveis tiveram queda de 0,7%.

Levando em conta as atividades, na passagem de setembro para outubro, as principais influências positivas ficaram com edição, impressão e reprodução de gravações (13,1%), máquinas e equipamentos (2,7%), refino de petróleo e produção de álcool (2,2%) e indústrias extrativas (2%).

Perante outubro de 2012, o destaque coube a máquinas e equipamentos (11,4%), impulsionado, segundo o IBGE, pelo avanço na fabricação de motoniveladores, empilhadeiras propulsoras, máquinas e equipamentos para o setor de celulose, carregadoras-transportadoras, centros de usinagem para trabalhar metais, tratores agrícolas, máquinas para colheita e elevadores para transporte de pessoas.

Do Valor Econômico