Projeto da classe trabalhadora vence o autoritarismo

Após longo processo de perseguição política, Lula é eleito presidente pelo povo brasileiro, que reconhece seu papel como estadista

Foto: Ricardo Stuckert
Foto: Adonis Guerra

Com 60,3 milhões de votos, a população brasileira elegeu pela terceira vez Luiz Inácio Lula da Silva para presidir o Brasil. No segundo turno das eleições presidenciais, no domingo, 30, o projeto da classe trabalhadora venceu, em uma disputa acirrada, o autoritarismo. Após longo processo de perseguição política e uma prisão injusta, Lula, que iniciou sua trajetória no Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, assumirá a presidência em 1º de janeiro de 2023 com o compromisso de fazer o país voltar a crescer, sair novamente do mapa da fome e fazer o povo feliz de novo.

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O presidente dos Metalúrgicos do ABC, Moisés Selerges, comemorou a vitória da democracia, agradeceu o comparecimento do povo às urnas e lembrou que o Sindicato seguirá firme no seu papel de cobrar o governo eleito. “A democracia pressupõe a vontade da maioria e a vontade a maioria tem que ser respeitada. Um dos maiores valores que o nosso país tem é a democracia e temos que lutar e preservá-la”.

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“Elegemos um projeto voltado para os trabalhadores, esperamos que a transição de governo seja feita de modo sério. O Sindicato vai continuar fazendo o papel que cabe a ele, que é cobrar do governo políticas voltadas para melhorar a vida dos trabalhadores”, frisou.

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Discurso de Lula

Após o anúncio da vitória, Lula fez um discurso oficial e também falou para milhares de apoiadores que lotaram a Avenida Paulista, em São Paulo. Confira trechos:

“Essa não é uma vitória minha, não é uma vitória só do PT. Essa foi uma vitória de todas as mulheres e homens que amam a democracia, que querem liberdade, que querem um país mais justo. Essa foi a vitória das pessoas que querem mais cultura, que querem mais educação, que querem mais fraternidade, mais igualdade. Essa vitória é de todos os homens e mulheres que resolveram libertar esse país do autoritarismo”.

“Quero dedicar essa vitória à democracia e ao futuro do povo brasileiro”

“Vocês sabem que a razão da minha vitória foi a dedicação, o trabalho de cada um de vocês, de cada homem e de cada mulher que acreditava na liberdade, que acreditava na possibilidade de a gente recuperar este país para o povo brasileiro”.

“Preciso saber se o presidente que nós derrotamos vai permitir que haja uma transição para que a gente tome conhecimento das coisas”.

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“O povo vai poder sorrir outra vez, o povo vai poder ter acesso à cultura, porque a cultura vai voltar muito forte para esse país. A educação vai voltar muito forte para esse país. E as pessoas que estão dormindo embaixo da ponte vão voltar a comer, vão voltar a ter moradia e vão voltar a ter emprego. Essa é uma das tarefas que vocês me deram, e eu espero nunca, espero nunca trair o sonho que levou vocês a acreditarem que era possível reconstruir esse país”.

“É hora de baixar as armas que jamais deveriam ter sido empunhadas. Armas matam e nós escolhemos a vida”

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“Nosso compromisso mais urgente é acabar com a fome outra vez. Não podemos aceitar como normal que milhões de homens, mulheres e crianças neste país não tenham o que comer ou que consumam menos calorias e proteínas do que o necessário”

“Tentaram me enterrar vivo e estou aqui para governar esse país. 

“Essa é a vitória mais consagradora, porque nós derrotamos o autoritarismo e o fascismo deste país. A democracia está de volta no Brasil”.

Reconhecimento internacional

Foto: Divulgação

Chefes de Estado de diversos países reconheceram a vitória e parabenizaram Lula. O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, mandou comunicado: “Envio meus parabéns a Luiz Inácio Lula da Silva pela vitória em uma eleição livre, justa e digna de confiança”.

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O presidente da Argentina, Alberto Fernández, se encontrou ontem com Lula e postou: Todo meu amor, minha admiração e meu respeito, querido companheiro”.

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O presidente da França, Emmanuel Macron, foi um dos primeiros a enviar felicitações. “Que abra uma nova página na história do Brasil. Juntos, vamos ter forças para lidar com adversários em comum e renovar os laços de amizade entre nossos países”.

Também se manifestaram os chefes de Estado do Canadá, Espanha, Portugal, Itália, Colômbia, Chile, México, Rússia, União Europeia, entre outros.

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“Esse momento em que se proclama resultado reveste-se de particular importância. Ele reverencia a escolha do povo livre, por meio de um sistema seguro e auditável, atestando superioridade da ordem constitucional”, Ministra Rosa Weber, presidenta do STF (Supremo Tribunal Federal).

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“Cumprimentei ambos (Lula e Bolsonaro) por terem participado do mais importante momento da democracia, que são as eleições. O resultado foi proclamado, aceito e aqueles que foram eleitos serão diplomados em dezembro e tomarão posse em 1º de janeiro”, Ministro Alexandre de Moraes, presidente do TSE (Tribunal Superior Eleitoral).

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“Ao presidente eleito, a Câmara dos Deputados lhe dá os parabéns e reafirma o compromisso com o Brasil, sempre com muito debate, diálogo e transparência. É preciso ouvir a voz de todos, mesmo divergentes, e trabalhar para atender as aspirações mais amplas”, Arthur Lira (PP), presidente da Câmara dos Deputados.

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“Expresso reconhecimento do resultado das eleições no Brasil, de forma plena, absoluta e insuscetível de quaisquer questionamentos. Eu saúdo todos os candidatos que disputaram as eleições de primeiro e de segundo turno. Todos eles, vitoriosos ou derrotados, contribuíram para a construção democrática”, Rodrigo Pacheco (PSD), presidente do Senado.