Projetos apoiados pelo BNDES criarão 3,8 milhões de vagas em 2010
Número é o segundo maior do governo Lula; no primeiro semestre, número de novos postos de trabalho chegou a 1,7 milhão
Os projetos apoiados pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) geraram 1,7 milhão de empregos no primeiro semestre deste ano. A previsão para todo 2010 é que os desembolsos integrem empreendimentos capazes de criar 3,8 milhões de vagas – um forte empurrão no saldo líquido de empregos no País.
O levantamento do BNDES mostra que o total de postos de trabalho gerados por projetos apoiados pela instituição é o segundo maior do governo Lula e também da série histórica do estudo, realizada com dados de 2003 em diante. No ano passado, quando a crise enxugou recursos dos bancos comerciais e o BNDES emprestou mais do que nunca, foram gerados 4,5 milhões de vagas a partir dos empreendimentos apoiados.
“Neste ano o total de empregos será menor que no ano passado porque em 2009 o BNDES financiou mais”, explica Roberto Oliveira, coordenador Núcleo de Avaliação e Emprego, vinculada à área de Planejamento do BNDES. Em 2009 desembolsos do banco somaram R$ 137 bilhões, cifra recorde que não deve se repetir neste ano. No primeiro semestre, o banco de fomento liberou R$ 59 bilhões. No período acumulado de janeiro a julho, o banco começou a registrar recuo no volume de financiamento, o que já era esperado por seus dirigentes.
Impulso à população ocupada
Em 2010, porém, a geração de emprego resultante dos projetos que compõem a carteira do BNDES, será maior que nos anteriores ao atípico 2009. Em 2008, foram gerados 2,8 milhões de vagas a partir dos projetos apoiados pelo banco. No mesmo ano, cerca de 3,1 milhões de vagas foram criadas em todo o País, segundo a Pesquisa Nacional de Amostragem por Domicílio (Pnad), a última disponível. A pesquisa, do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), mostra um total de 92 milhões de pessoas ocupadas em todo o País.
Clientes do BNDES empregam mais
“Havia discussão de que empréstimos do BNDES eram desempregadores. Diziam que a modernização feita com recursos do banco podia tirar o emprego das pessoas. As empresas de fato ganham produtividade, mas ao mesmo tempo ganham mais, o faturamente cresce e contratam mais funcionários”, observa o pesquisador.
Numa amostragem com 10,3 mil empresas clientes do BNDES e outro grupo de mesmo número e perfil, verificou-se que os clientes do banco de fomento aumentam em média em 23% o saldo de contratações quatro anos após tomar financiamento do BNDES. No caso oposto, de companhias que não usam recursos da instituição, o saldo é negativo, com um total de empregos 3% menor num período de quatro anos. Este tipo de pesquisa foi divulgado pelo BNDES em anos anteriores.
Não são eternos
Em 2007, os projetos com aportes do banco geraram 2 milhões de vagas; 1,5 milhão em 2006; 1,3 milhão em 2005; 1,2 milhão em 2004 e 1,3 milhão em 2003. Os empregos não são fruto apenas de recursos do banco, mas também dos investimentos das empresas que tomam seus empréstimos. E Oliveira pondera: os empregos avaliados pelo estudo não são eternos, mas sim temporários, gerados a partir das obras das empresas financiadas.
O estudo considera empregos diretos, indiretos e aqueles criados a partir do efeito renda. Numa proporção que se mantém ao longo da série histórica, em 2009 foram gerados 1,3 milhão de empregos diretos (dos empregos das empresas envolvidas no financiamento ou empreiteiras contratados para executar as obras), 1 milhão de vagas indiretas (serviços terceirizados por construtoras e afins) e 1,2 milhão por efeito renda (do comércio, serviços etc em torno do projeto).
Com Portal IG