Proposta de retirada de R$ 100 bilhões do BNDES ameaça investimentos no setor
(Foto: Edu Guimarães)
O pacote econômico anunciado pelo governo interino de Michel Temer aprofundará ainda mais a crise atual ao retirar recursos do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social, o BNDES, para o financiamento de veículos. O vice-presidente do Sindicato, Aroaldo Oliveira da Silva, alerta que até 80% das vendas de caminhões são feitas por meio do BNDES Finame, o Financiamento de Máquinas e Equipamentos.
“O setor de caminhões é o que mais tem sofrido com a crise. Ao retirar incentivos para ampliar os empréstimos e girar a economia, esse governo golpista aponta para um caminho completamente errado”, afirmou. “Essas alterações estruturais vão afundar o setor e acabar com qualquer perspectiva de retomada. O governo Temer é provisório e assim deveria agir”, prosseguiu.
De acordo com Aroaldo, a Medida Provisória que cria o Programa de Parcerias de Investimentos, o PPI, demonstra o avanço da pauta especulativa do sistema financeiro no Brasil.
“Retirar R$ 100 bilhões de recursos do BNDES e realocar para o pagamento de dívidas do tesouro tira o papel de fomento do banco público e o transfere para a iniciativa privada, o que agrada apenas os banqueiros”, disse.
“Isso é privatizar o investimento e sucatear os empregos ao ampliar os problemas de demanda em diversos setores da indústria no País. Ao invés de apostar na indústria e nos empregos mais qualificados que estão no setor, estão investindo no PPI, que não tem nenhum compromisso com a regulamentação do emprego”, explicou.
Para o vice-presidente, as medidas representam ataques contra os trabalhadores e deixa claro que o governo interino não tem responsabilidade com a classe trabalhadora. “Somos veementemente contra qualquer medida que retire o crédito de circulação. Isso vai na contramão do que estamos lutando todos esses anos”, alertou.
“Nós trabalhadores não vamos pagar a conta de um ajuste fiscal que só nos prejudica e que representa grandes retrocessos de conquistas e direitos. Esse projeto é ilegítimo e foi derrotado nas urnas”, continuou.
Aroaldo ressaltou a pauta dos Metalúrgicos do ABC para defender os empregos e retomar a atividade econômica.
“A todo o momento estamos discutindo a adoção de um Programa Nacional de Renovação da Frota, a abertura de crédito e a redução da taxa de juros como medidas para reativar a economia brasileira e preservar os postos de trabalho”, destacou.
“O que defendemos é uma atuação forte do BNDES para atravessar o momento de crise e promover a atividade econômica”, contou. “Não aceitaremos nenhum direito a menos do que os trabalhadores conquistaram a duras penas na luta nos últimos anos. A resistência da classe trabalhadora será a altura dos ataques”, concluiu.
Da Redação