Proposta é rejeitada na mesa e greve continua na Mercedes

Fotos: Edu Guimarães

Os trabalhadores na Mercedes, em São Bernardo, entram hoje no quarto dia de greve em defesa do acordo coletivo que atenda às reivindicações de reajuste salarial, PLR e cláusulas sociais. Hoje, às 7h30, está marcada nova assembleia.

Em reunião entre a representação dos trabalhadores e a empresa na terça-feira, o Sindicato rejeitou as duas propostas apresentadas na mesa de negociação por não atender a pauta dos companheiros.

“O movimento vai continuar. Nós vamos ganhar essa luta com inteligência, sabe­doria e de maneira conjunta”, afirmou o diretor Administrativo do Sindicato, Moisés Selerges Jr.

A montadora apresentou duas pro­postas. A primeira não tem aplicação do INPC no salário, abono de R$ 3.350, sem redução de jornada e salário.

A segunda proposta tem reposição do INPC em salários até R$ 10 mil, abono de R$ 500 e redução da jornada e salário de 4% para mensalistas por 12 meses ou demissão de parte desses profissionais.

“Estamos em processo de negociação e a mobilização é para que a empresa se sensibilize e possamos chegar a um acordo bom para os trabalhadores”, explicou.

Moisés criticou a entrevista do presidente da montadora à imprensa. “Ontem (an­teontem) fui procurado por um jornal da região e o repórter perguntou sobre a resposta dada pelo presidente da compa­nhia de que não existe plano de demissões na planta. Se o presidente disse isso ao repórter, que coloque no boletim interno”, provocou.

“Ele junta os mensalistas e os gerentes e diz que tem que demitir pessoas. Para a imprensa fala uma coisa e aqui dentro fala outra? A direção da empresa tem que ter responsabilidade e respeito com os trabalhadores”, cobrou.

“Também falou que precisamos lem­brar os 13 milhões de desempregados no Brasil. Aonde quer chegar com isso, é uma ameaça, acha que vai desmobilizar, colocar medo? Não podemos fazer comentários de forma irresponsável. Se são 13 milhões, é porque a empresa apoiou esse tipo de coisa que acontece hoje no País”, disse.

Após a assembleia, o diretor do Sindi­cato pediu que os companheiros ficassem no pátio para debater a greve com os integrantes do CSE. “Temos que buscar caminhos, dialogar e construir uma pro­posta entre nós”, concluiu.

Da Redação.