Protesto faz Backer abrir negociação
Trabalhadores pararam a produção na manhã de ontem em protesto à demissão de Joaquim José de Oliveira, membro do Comitê Sindical. Mobilização fez empresa abrir negociações.
Depois de um protesto
que paralisou a produção na
manhã de ontem, a Backer
abriu negociações com o Sindicato
sobre a demissão de
Joaquim José de Oliveira,
membro do Comitê Sindical.
“Nossa contrapartida
para retomar a produção é a
reversão da demissão”, afirmou
o presidente do Sindicato,
José Lopez Feijóo, ao
encerrar o ato de protesto.
Mas alertou: “Se as negociações
não derem resultado, a
gente volta aqui e pára por
tempo indeterminado”.
Participação – A demissão de Joaquim
mexeu de fato com a categoria.
Representantes dos Comitês
Sindicais, militantes de
base, dirigentes de outros sindicatos
e parlamentares marcaram
presença no ato. Todos
ressaltaram como truculento
o ataque da fábrica ao direito
de organização sindical.
“Em pleno século 21,
quando as relações de trabalho
evoluíram, é inaceitável o
clima criado pela Backer”,
protestou o deputado federal
Vicentinho (PT), ex-presidente
do nosso Sindicato.
“É triste a gente vir na
porta de um fábrica para lutar
contra a demissão de um
dirigente, quando poderíamos
discutir avanços em direitos”,
afirmou Vanderlei
Salatiel, diretor do Sindicato
dos Químicos do ABC.
Intimidação – O protesto começou de
forma tensa por causa do aparato
policial instalado na entrada
da fábrica, que fica na
Paulicéia, em São Bernardo.
Trabalhadores denunciaram
ainda a presença de um policial
dentro da fábrica com a
intenção de pressionar a
companheirada a enfrentar o
Sindicato e entrar no serviço.
Mesmo assim, ninguém entrou.
Logo após o início do
protesto, a fábrica chamou o
Sindicato para a negociação.
O resultado foi a fábrica
comprometer-se a resolver o
problema causado com a demissão
de Joaquim e com o
afastamento de José Mario,
vice-presidente da CIPA.
“Vamos insistir no diálogo,
mas não aceitaremos o
ataque à nossa organização”,
registrou José Paulo Nogueira,
diretor do Sindicato.
Fatos – Joaquim foi demitido na
última quarta-feira, logo após
denunciar a ameaça de morte
que havia sofrido no início
de maio.