Protesto na Rolls Royce contra demissão
Trabalhadores paralisaram dois turnos e pediram respeito
Foto: Raquel Camargo / SMABC
Companheiros na Rolls Royce, de São Bernardo, pararam a produção por sete horas nesta segunda-feira, em protesto contra a demissão arbitrária de um inspetor de qualidade e por respeito. Foram três horas e meia de paralisação no turno da manhã e mais três horas e meia do pessoal da tarde.
Rogério Fernandes, o Rogerinho, do Comitê Sindical, afirma que a demissão foi o estopim para a manifestação, porque juntou uma série de problemas. “As coisas vão acumulando e quando estouram vem tudo de uma vez, revelando o descontentamento da companheirada”, diz.
Primeiro, conforme Rogerinho, não há motivo para a demissão do metalúrgico. Depois, problemas com as negociações para a renovação do acordo de cargos e salários, nos seguidos equívocos nos registros de hora extra, na postura do RH que não recebe a representação sindical e adia decisões e preocupa-se mais com a roupa que o trabalhador entra na empresa criaram um caldo que desembocou no protesto.
“Paramos por estes motivos e também para restabelecer o diálogo que construímos ao longo dos anos”, explica o dirigente.
Também pegou mal a dissolução, no mês passado, do Conselho Global, órgão que reunia empresa e trabalhadores no mundo todo. “A dissolução não pode gerar uma postura arbitrária por parte da empresa”, afirmou.
Em assembleia na tarde desta segunda, os metalúrgicos nos dois turnos exigiram uma resposta da fábrica às questões apresentadas. “Pelo que vimos até agora, a disposição é de luta”, comentou Rogerinho.
Da Redação