Protesto paralisa duas áreas por três horas na Mercedes

 

Trabalhadores em assembleia ontem na Mercedes

Cerca de mil trabalhadores cruzaram os braços ontem pela manhã na Mercedes, em São Bernardo, contra a atitude da fábrica em tensionar os trabalhadores para pedirem demissão.

De acordo com o membro da coordenação do CSE, Ân­gelo Máximo Pinho, o Max, o Processo de Demissão Volun­tária, o PDV, termina só nesta sexta, dia 9.

No entanto, a fábrica cha­mou vários trabalhadores na última semana, sem o conhe­cimento do Sindicato, para assinarem a própria demissão.

“Como a Mercedes está com dificuldade em atingir o número de companheiros que ela pretende desligar, está agindo de forma arbitrária”, afirmou o dirigente.

Repúdio

A paralisação durou, pelo menos, três horas – das 8h30 às 11h30 –, com passeata pela fábrica. “Saímos da área de motores em caminhada às demais alas, como produção de ônibus, eixos, estamparia e finalizamos em caminhões”, contou.

“Uma assembleia no final do protesto com o conjunto destes trabalhadores repu­diou a postura da Mercedes por agir de forma truculenta”, afirmou o dirigente.

A manifestação que mo­bilizou os metalúrgicos tam­bém exigiu que a empresa retome a postura de negocia­ção seriamente. “O Sindicato mantém o diálogo aberto e está disposto a conversar a qualquer momento”, disse Max.

Negociações

“Temos hoje mais de 30 anos de organização e con­quistas e não vamos deixar que a direção destrua o canal de comunicação que tem com a fábrica e, principalmente, com os trabalhadores”, con­cluiu o dirigente.

A prioridade para o Sindi­cato é negociar medidas com o governo que incentivem o setor automotivo, em especial o de caminhões, e protejam os empregos, e discutir com a empresa o futuro dos produ­tos e da fábrica, que é o que pode assegurar os empregos em longo prazo.

Da Redação