Protocolos de volta às aulas em escolas particulares são fracos, diz MPT
Promotor afirma que documento de providências apresentado por escolas de São Paulo deveria ser algo bem mais elaborado
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Os protocolos de segurança preparados pelas escolas particulares de educação básica no estado de São Paulo para a volta às aulas são “fracos, bem superficiais” na avaliação do promotor Daniel Augusto Gaiotto, do Ministério Público do Trabalho de São Paulo (MPT-SP).
Na sexta-feira (11), foi realizada no MPT uma reunião virtual de mediação entre a Federação dos Professores do Estado de São Paulo (Fepesp) e o sindicato que representa os donos de escolas, o Sieeesp.
O sindicato patronal apresentou ao MPT proposta de protocolos de segurança para uma eventual volta às aulas, após o período de suspensão para combate à pandemia de covid-19. Na reunião, Gaiotto também disse que “o documento de providências deveria ser algo bem mais elaborado. Parece mais preocupado com os alunos, nada fala do professor”.
“Como o professor vai se aproximar das crianças na escola? Qual equipamento de proteção será usado? Ele levará o caderno das crianças para corrigir em casa?”
A sessão de sexta-feira foi realizada para dar continuidade ao pedido de intermediação do ministério público, apresentado pela Fepesp em agosto. Foi determinado que a federação e o Sieeesp voltarão ao MPT em 25 de setembro. Enquanto isso, vão realizar pelo menos duas reuniões de negociação, em datas ainda a serem determinadas.
Falta de consideração
“Apresentamos recomendações de abordagem e acolhimento de professores e de funcionários administrativos preparadas por fonoaudiólogos e psicólogos, mas o lado patronal não os levou em consideração”, diz o professor Celso Napolitano, da Fepesp.
“Todos os procedimentos se referem aos alunos, que até poderá escolher se volta ou não à escola. E a professora, o professor? E os auxiliares? Eles têm que atender o chamamento da escola, sua ausência pode ser até considerada uma falta grave”.
Para fundamentar a negociação a com o Sieeesp, a Federação dos Professores irá se basear na nota técnica 11/2020 do Grupo de Trabalho Covid19 da Procuradoria Geral do Trabalho (confira aqui: http://fepesp.org.br/noticia/8671/). A nota traz 25 recomendações para o trabalho de professores diante da pandemia. Além de saúde de profissionais de educação, apresenta recomendações sobre ergonomia, direitos autorais de educadores, negociações coletivas e outras.