Psicopatia é uma insanidade moral

Segundo informes oficiais do Ministério da Saúde, até 13 de maio, o Brasil registrou 188.974 casos da Covid-19. Desses, 13.149 pessoas morreram.

Foto: divulgação

O presidente Jair Bolsonaro voltou a defender o fim da quarentena e o distanciamento apenas de pessoas dos grupos de riscos. Em seu discurso, em frente ao Palácio da Alvorada, disse: “Ficar em casa, para quem pode, legal, sem problema nenhum. Agora, para quem não tem condições, geladeira está vazia, três, quatro filhos chorando de fome, é desumano”. E emendou: “Quem não quiser trabalhar que fique em casa. Ponto final”.

Mas, afinal, qual o significado do distanciamento ou do isolamento social?

Manter as pessoas afastadas umas das outras pode impedir que o vírus se espalhe rapidamente, já que um doente pode infectar de 2 a 4 pessoas, em média. Devemos considerar, também, que a maioria da população não foi testada para o vírus, e não há como saber quem está infectado, capaz de contaminar outras pessoas. O distanciamento social/isolamento social possibilita que a cadeia de infecção seja quebrada.

É justamente no discurso do presidente que reside a contradição entre quem está ou não preocupado, de fato, com o povo. Daí a pergunta: isso é loucura ou psicopatia?

Para entender essas fronteiras entre transtornos mentais, o psicanalista Joel Birman explica:

“A psicopatia não é uma loucura no sentido clássico, mas uma insanidade moral, um desvio de caráter de quem não tem como se retificar porque não sente culpa ou remorso”. Os psicopatas são “autocentrados, agem com frieza e método”. “Não têm empatia em relação ao outro, o que lhes interessa é o que lhes convém”.

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Departamento de Saúde do Trabalhador e Meio Ambiente