Qualificação para crescer

Os metalúrgicos da CUT vão reivindicar a criação de um fundo de formação para qualificação profissional nesta campanha salarial. Sexta-feira tem assembléia para aprovação de pauta.

Além da
reivindicações
econômicas, os
metalúrgicos da
CUT vão colocar
a qualificação
profissional na
mesa de negociações.

O secretário-geral eleito do Sindicato,
Wagner Santana, o Wagnão, explica que a sugestão
é criar um fundo de qualificação
e formação.

“O objetivo é obter
qualificação gratuita, além
de garantir o tempo livre
necessário para os companheiros
frequentarem cursos”,
afirma.

“Hoje, faltam soldador
e torneiro mecânico, entre
outros profissionais, e se
esta é uma reclamação das
empresas, elas
também têm de
se responsabilizar
pela educação”,
destaca
Wagnão.

Segundo ele, as fábricas
também ganham
quando qualificam os trabalhadores.

Campanha – As pautas de reivindicações
serão entregues dia
30 para o Grupo 9, que tem
data-base em agosto, e no
dia 11 de julho aos demais
grupos, cuja data-base é setembro.

Nesta sexta-feira, a categoria
está convidada a
debater essa e as demais reivindicações
na assembléia
de aprovação das pautas, às
18h, na Sede do Sindicato,
em São Bernardo.

Maioria dos desempregados não é qualificada, diz Ipea

A proposta de qualificação dos metalúrgicos
da CUT encontra eco em estudo
do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada
(Ipea), órgão do governo federal.

Segundo o instituto, é preciso que a
iniciativa privada invista mais em qualificação,
como acontece em outros países.

Isto porque, para o Ipea, 80% dos
cerca de oito milhões de desempregados
brasileiros não têm experiência e chegaram
à maturidade sem conhecer um ambiente
de trabalho. E isso é um problema a ser
resolvido dentro do local de trabalho.

O empresariado não pode esperar que
o sistema de ensino ofereça profissionais
que atendam a interesses específicos de
cada empresa. São poucos os setores nos
quais as empresas percebem a necessidade
de fazer uma educação continuada, treinando
trabalhadores com regularidade.

O Instituto afirma que a falta de mão
de obra qualificada não é um desafio típico
de uma economia que atravessou duas
décadas de estagnação.