Quarta edição da Jornada Cidadã começa em Diadema

Lideranças políticas e sindicais da Região deram início às atividades, que serão encerradas com grande festa no sábado

Foi aberta na noite desta terça-feira (16/11) a 4ª Jornada Cidadã, em evento realizado no Teatro Clara Nunes, no Centro de Diadema. Lideranças políticas, sindicais e membros de diversos movimentos sociais da Região acompanharam o início das atividades da quarta edição da Jornada, que acontece pela primeira vez na cidade e vai até o próximo sábado (20/11).

Durante a abertura, o movimento nacional de empresas de economia solidária entregou uma carta compromisso do Fórum Social do ABCDMRR com as políticas públicas do setor a prefeitos da Região.

O Grupo de Trabalho de economia solidária, representado no evento pelo presidente da Unisol, Arildo Mota, propõe, a partir de suas práticas econômicas e organização política, a mudança de modelo de desenvolvimento baseado na exploração de recursos naturais e no favorecimento às grandes empresas capitalistas. O GT sustenta que o desenvolvimento tenha foco no trabalho associado, solidariedade, autodeterminação dos povos e comunidades tradicionais respeito à natureza.

Mais crédito 
“É necessário transformar iniciativas regionais em políticas públicas estaduais, a sociedade civil organizada deve pautar o estado, que é um grande indutor. Temos que superar alguns desafios, como a burocracia para obtenção de crédito, acesso à inovação tecnológica e buscar com que o estado invista em pequenas empresas e trabalhadores que estiverem na legalidade”, disse Mota, que destacou os investimentos em agricultura familiar como um dos avanços na economia solidária.

O presidente do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, Sérgio Nobre, declarou que a grande riqueza da Região são os movimentos sociais e que é fundamental existir canais de comunicação para que esses movimentos se expressem. “É preciso que haja intercâmbio, que o pessoal de cultura saiba o que está acontecendo em educação, que o pessoal de saúde saiba o que está acontecendo em economia solidária, etc. O Sindicato dos Metalúrgicos é entusiasta da Jornada, participando desde o início”, disse.

Sob a coordenação de Leonardo Campos, que também está à frente do Fórum Social do ABCDMRR, gestores públicos explanaram sobre economia solidária, além de outras bandeiras a serem abordadas durante a 4ª Jornada.

Prefeitos
O prefeito de Mauá, Oswaldo Dias, destacou que o sindicalismo da Região forneceu grandes líderes ao País e que a Jornada cidadã deve fortalecer o movimento sindical, além de setores como a economia solidária. “ Temos que ter uma visão progressista, e deve ser através da economia solidária, que tende ao socialismo,e  não pela economia capitalista, que é predatória”, comparou.

Gilson Menezes, prefeito em exercício de Diadema lembrou os desafios que a cidade enfrentava em saúde, educação, transporte e habitação nos anos 1990 e apontou a solidariedade e a democracia como responsáveis por tantas superações em Diadema. “Não tínhamos recursos pra nada e mesmo assim fomos a primeira cidade brasileira a urbanizar favelas. Moradores compravam material e a prefeitura entrava com a mão de obra. Daí a importância da democracia e união. A Jornada vem fortalecer esses aspectos na Região, estamos orgulhosos que o evento aconteça em Diadema”.

Economia criativa
Forte ressurgimento do setor ferroviário e eventos esportivos que aumentam as possibilidades de inserção social e a chamada “economia criativa”, baseada em iniciativas culturais, são alguns dos fatores apontados pelo secretário de Desenvolvimento Econômico e Turismo de Diadema, Luiz Paulo Bresciani, para que a cidade tenha se tornado referência nacional de políticas públicas na área econômica. “O movimento regional dos catadores e a fábrica de ecovaral contribuíram para que alcançássemos o recorde de 110 mil empregos com carteira assinada, mas ainda não é suficiente”, completou.

O secretário de esportes José Luiz Ferrarezi, representante da Prefeitura de São Bernardo, lembrou o início de sua trajetória política em Diadema e afirmou que ainda existem muitos desafios no diálogo entre movimentos sociais e poder público. “Atuais e futuros governantes precisam estabelecer uma relação direta com os movimentos sociais e considero a Jornada o início dessa caminhada”.

Menos machismo
Cristina Pechtoll, coordenadora do movimento de mulheres Fé Minina, de Santo André enalteceu a força do sindicalismo combativo na Região, apontando esse como um dos fatores que torna o ABCD conhecido nacionalmente. “Temos uma grande capacidade de organização dos movimentos populares, o modelo de regionalidade do ABCD é exportado para todo o País”, disse.

Para Cristina, o papel do Fórum Social do ABC é fundamental por manter permanentes os debates acerca de ações sociais e a idéia de que é possível alcançar desenvolvimento com sustentabilidade, segurança com respeito aos direitos humanos e diminuir o machismo, racismo e qualquer tipo de preconceito.

O debate e evento de abertura da 4ª Jornada foi encerrado com uma performance do poeta Moreira de Acopiara, que recitou seu poema “Carta que o sertanejo mandou para Deus”.

Veja a programação da 4ª Jornada clicando aqui.

Do ABCD Maior