Quase estagnados, elétricos formam segmento de “uma marca só”
De cada dez elétricos, oito carregam o logotipo da BYD, que aumentou ainda mais sua participação até julho
Os seguidos esforços de alguns fabricantes em lançamentos e de empresas de energia para aumentarem a infraestrutura de recarregamento de veículos elétricos parecem ainda insuficientes para fazer brilhar os olhos dos consumidores e levá-los às concessionárias em busca da mobilidade totalmente elétrica. A rigor, o mercado brasileiro de automóveis e comerciais leves movidos exclusivamente a bateria estagnou ou recuou este ano para a quase totalidade das marcas que têm algum modelo com a tecnologia.
O crescimento médio de 5% dos emplacamentos, para 37,3 mil unidades, acompanhou o mercado total — depois de saltarem 225% de 2023 para 2024 —, mas ainda assim essencialmente em função de uma única empresa, a BYD, que carrega o segmento “nas costas”. Em números absolutos, elétricos tiveram somente 1,8 mil emplacamentos a mais até julho, enquanto a marca chinesa — ainda importadora — vendeu 28,8 mil unidades, 3,1 mil acima do registrado nos primeiros sete meses de 2024, evolução de 12%.
Com esse desempenho, a BYD não só manteve uma longa distância para a segunda colocada, como ampliou sua participação de 72% registrada nos primeiros sete meses de 2024 para 77% em 2025. Na prática, de cada dez elétricos vendidos no Brasil, oito pertencem à montadora que ainda está em regime de produção de protótipos em Camaçari, BA, e quatro deles são unidades do Dolphin Mini, modelo de entrada da marca.
A segunda empresa que mais vende elétricos no mercado interno é a Volvo. Mas bem lá atrás, com pouco mais de 2,9 mil unidades de janeiro a julho, ainda assim à frente da GWM (1,6 mil). Os automóveis e comerciais leves a bateria representaram somente 2,6% do mercado total até julho, 0,1 ponto porcentual a menos do que nos primeiros sete meses do ano passado. Na mesma comparação, os híbridos provam que são a bola da vez do processo de eletrificação da frota brasileira.
Do AutoIndústria