Queda da Selic ajudará economia a se recuperar da desaceleração, diz Mantega
O ministro da Fazenda lembrou que, mesmo com a redução, as taxas cobradas nos financiamentos e empréstimos continuarão a ser uma das mais elevadas do mundo
A redução de um ponto percentual nos juros básicos, decidida na quarta-feira (21) pelo Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central, ajudará a economia brasileira a se recuperar da desaceleração, afirmou o ministro da Fazenda, Guido Mantega. Ele, no entanto, lembrou que, mesmo com a redução, as taxas cobradas nos financiamentos e empréstimos continuarão a ser uma das mais elevadas do mundo.
“Achei muito positiva a redução na taxa Selic. Isso vai ajudar a economia a se recuperar dessa desaceleração que ocorreu no último trimestre do ano passado. Estamos no caminho certo para a redução do custo financeiro, que ainda é muito elevado. Mesmo com essa redução de um ponto percentual, temos as taxas de juros mais altas do mundo”, disse Mantega.
Na avaliação do ministro, a diminuição da Selic de 13,75% para 12,75% ao ano não chegou a surpreender o governo nem o mercado. “Pelas análises de mercado, havia a possibilidade concreta de fazer essa redução. A inflação está dando sinais de controle. Todos os índices mostram uma redução da inflação. Ela está dentro das metas. Então havia condições para isso”, afirmou.
Mantega, no entanto, ressaltou que não estava se referindo diretamente ao Banco Central ao criticar os juros altos, mas às taxas efetivamente cobradas pelas instituições financeiras, que englobam tanto os juros básicos como o spread bancário (taxa adicional embutida nas linhas de crédito e que leva em conta as condições de mercado). O ministro destacou que o governo está trabalhando para complementar as ações do Banco Central e reduzir o custo dos financiamentos e estimular os investimentos.
“O Banco Central deu um passo importante e, junto com as medidas fiscais, de redução de tributos, de estímulo a setores específicos, ajudará a minimizar o impacto da crise financeira internacional no Brasil”, avaliou. “Investimento é emprego. Temos que cuidar do emprego e a redução do custo financeiro é um dos instrumentos para permitir a manutenção do investimento elevado”, disse.
Da Agência Brasil