Queda da taxa Selic pressionará bancos privados
Wagnão, secretário-geral do Sindicato. Foto: Rossana Lana / SMABC
O secretário-geral do Sindicato, Wagner Santana, o Wagnão, afirmou nesta quinta-feira (31) que a redução da taxa Selic para 8,5% anunciada pelo Banco Central (BC) demonstra que a instituição está acompanhando as medidas do governo federal para estimular a economia no Brasil.
“Como a taxa é referência para os demais juros cobrados pelo mercado, fica cada vez mais difícil para os bancos privados explicarem porque cobram 80 vezes mais que os juros reais”, prosseguiu o dirigente.
“Se descontarmos a inflação para os próximos 12 meses, temos um juro real de 2,8%. O que os bancos estão cobrando são 174% ao ano, no cheque especial, por exemplo. Não tem justificativa para isso”, afirmou Wagnão.
Ao contrário dos bancos públicos, as instituições privadas ainda não apresentaram nenhuma alteração significativa em suas cobranças exorbitantes.
As poucas reduções de juros que fizeram compensaram com aumentos em tarifas de serviços e não comprometeram seus lucros altíssimos.
R$ 18 bilhões de compulsórios ainda não chegaram ao cédito
O sistema financeiro ainda resiste em aderir a esta nova perspectiva colocada para o Brasil, que coloca o no nível dos países emergentes.
E, o que é pior, a banca privada continua dificultando o crédito mesmo depois que o governo federal liberou R$ 18 bilhões de compulsórios (valor de depósito obrigatório para garantia de empréstimo) que eles tinham no BC.
“Queremos saber quanto tempo os bancos privados levarão para liberar o dinheiro que o governo cedeu para estimular o crédito?”, questionou Wagnão.
Da Redação