Quem não conhece a história, está fadada a repeti-la
(Foto: Edu Guimarães)
A exposição “Luta, substantivo feminino” deu o pontapé inicial ontem, na Sede, às atividades em reflexão ao dia 8 de março e o mês que caracteriza a luta pela igualdade de direitos às mulheres no País e em todo o mundo.
Na mostra organizada pela Comissão das Metalúrgicas do ABC e a Associação dos Metalúrgicos Anistiados e Anistiandos, a AMA-A ABC, uma sequência de 17 painéis prosseguem expostos, até 31 de março, no saguão com histórias de mulheres que sofreram perseguição política na ditadura civil militar brasileira.
Durante o evento, o presidente do Sindicato, Rafael Marques, destacou a importância das mobilizações das companheiras. “Esse é um dia histórico e um momento oportuno para comemorarmos as conquistas sem perder de vista que há um grande caminho a ser percorrido”, afirmou.
Rafael ressaltou ainda que considera uma ofensa qualquer proposta para igualar a idade da aposentadoria para homens e mulheres.
“Hoje a mulher trabalha mais que o homem porque acumula várias funções, desde o trabalho remunerado à responsabilidade familiar. Com isso, entra no mercado de trabalho mais tarde”, lembrou a diretora executiva e coordenadora da Comissão das Metalúrgicas do ABC, Ana Nice Martins de Carvalho.
A dirigente também é contra igualar o tempo da aposentadoria, ação em debate no governo federal, à reforma da Previdência, seguindo as mesmas regras para homens e mulheres.
“É preciso estar nas ruas com nossas bandeiras de luta para defender a democracia no País, pois quem não conhece a história, está fadada a repeti-la. O 8 de março é marcado pela resistência das mulheres, inclusive pela desigualdade de gêneros que ainda acontece em toda a sociedade”, garantiu Ana Nice.
Ainda há uma forte discriminação às mulheres, embora sejam inegáveis os avanços e conquistas desde 1910. Naquele ano, surgia o Dia Internacional da Mulher durante congresso de mulheres socialistas, inspirado na luta de operárias russas em greve contra a fome, a guerra e o czarismo.
“Cento e seis anos depois, o 8 de março ainda nos serve de bandeira para sair às ruas e exigir direitos, segurança, autonomia, cidadania. Uma luta diária que acontece para todas as mulheres em casa, no trabalho, dentro de trens, no espaço público”, concluiu.