Quem são as mulheres dirigentes metalúrgicas


Foto: Cleber Galindo

Elas têm o segundo grau completo, possuem de 16 a 24 anos de trabalho, se dividem entre a fábrica e os cuidados com a casa, ganham menos e trabalham mais.

Este é parte do perfil das 44 dirigentes dos 14 sindicatos filiados à Federação Estadual dos Metalúrgicos da CUT (FEM-CUT) em todo o Estado.

O perfil completo está na cartilha Trabalhadoras em Luta, que destaca as principais lutas e conquistas das mulheres metalúrgicas e foi apresentada no 6º Congresso da Federação Estadual dos Metalúrgicos da CUT (FEM-CUT).

Elaborada pelo economista e técnico do Dieese FEM-CUT, André Cardoso, o estudo revelou que 44,7% delas são chefes de família, 36,8% possuem ensino médio e a maior concentração das 44 dirigentes está nos Sindicatos dos Metalúrgicos do ABC e de Taubaté, 50% do total.

O levantamento constatou que 60,5% das diretoras estão ligadas às funções de produção na fábrica e 13,2% estão nas áreas administrativas. 

“Os dados levantados nos ajudarão a desenvolver políticas para fortalecer a luta das trabalhadoras, ajudando a combater o preconceito e a discriminação.

Também será fundamental na sensibilização dos homens e das mulheres mostrando que esta luta é de todos e todas”, enfatizou Rosi Machado, ex-secretária da Mulher da FEM-CUT.

A pesquisa com as sindicalistas mostrou que 61,6% delas com 11 a 15 anos de casa recebiam menos de R$ 1.500, mostrando que o tempo no trabalho não foi acompanhado por uma remuneração maior.

Outro dado preocupante é 47% nunca ter recebido promoção de cargo na fábrica, o que reforça a discriminação de oportunidades em promoção profissional.

Segundo Rosi, os dados apontam que a nova direção da FEM-CUT deverá implementar ações e políticas que combatam a discriminação salarial, exigindo igualdade de oportunidades nos locais de trabalho.

Para tanto, o Congresso aprovou as seguintes resoluções específicas para as mulheres:

• Articular ações para garantir a aprovação no Congresso da licença maternidade de 180 dias.
• Garantir equilíbrio nas contratações, com o objetivo de aumentar a base de mulheres metalúrgicas no Estado.
• Liberação dos dias de trabalho para acompanhamento médico e internações.
• Estabelecimento de cotas mínimas de 30% para mulheres em todos os cursos técnicos profissionais do País.
• Luta por creches de qualidade próxima ao local de trabalho.
• Promover a igualdade de oportunidade entre homens e mulheres na vida, no trabalho e no movimento sindical;
• Combater todas as formas de discriminação de gênero, raça, cor, idade, religião, orientação sexual e deficiência;
• Lutar por uma educação universal, gratuita e de qualidade, garantido nos contratos coletivos as condições para os que jovens tenham acesso a todos os níveis de formação;
• Valorização da Juventude Metalúrgica.

Clique abaixo e leia a íntegra da cartilha (em arquivo PDF)

Da Redação, atualizado às 17h40 de 13/4