Queriam mais do nosso mercado
Os EUA e aliados só aceitavam conversar sobre investimentos, concorrências públicas e facilitação de negócios, sem qualquer debate sobre agricultura, único produto dos pobres.
Em resumo, o acordo de investimentos nos moldes propostos pelos países ricos levaria ao oposto, liberdade para os capitais, não para as políticas públicas. Isto é, mais pobreza.
Foi a senha para a rebelião do G-21. Como as decisões na OMC são válidas apenas quando tomadas por unanimidade por seus 148 membros, os representantes africanos deixaram o plenário. Com participação insu-ficiente para decidir, o encontro foi simplesmente encerrado.
Enquanto o comércio de bens não-agrícolas foi fortemente liberalizado nos últimos 20 anos, a agricultura continua sendo o reinado da proteção por parte dos países ricos. Que ninguém se iluda: a OMC é um organismo para implantar políticas neolibe-rais no mundo.