Quinto debate promovido pelo Sindicato discute as competências da Indústria 4.0
O penúltimo encontro do ‘Ciclo de Debates Indústria 4.0’, realizado na manhã de ontem, discutiu as competências da Indústria 4.0 no Brasil. Os encontros são promovidos pelos Metalúrgicos do ABC em parceria com a Unesp (Universidade Estadual Paulista).
O diretor executivo do Sindicato, Aroaldo Oliveira da Silva, que coordena os debates destacou que o tema precisa ser aprofundado. “Apesar de ter casos bem-sucedidos, a maioria das indústrias no Brasil ainda não têm a Indústria 4.0 como realidade no seu dia a dia. Por isso, precisamos debater cada vez mais o assunto para nos apropriamos dele”.
A abertura ficou a cargo do professor na faculdade de engenharia da Unesp, Jorge Muniz, que destacou a importância da indústria para o país e dos empregos mais qualificados que ela gera.
“Podemos perceber que o impacto da indústria no PIB tem sido reduzido, pois outros setores têm aumentado, como o agrário e o de serviços. Porém vimos aqui que a indústria traz o emprego mais qualificado e a inovação, por isso merece atenção e destaque no nosso debate”.
O gerente de montagem e planejamento de caminhões na Mercedes, Rafael Gazi, participou da discussão e detalhou como foi a mudança na planta da fábrica para o 4.0.
“Essas mudanças estavam baseadas em três pilares principais que eram as pessoas, os processos e os produtos. Primeiro era fundamental trabalhar na qualificação, aperfeiçoamento e aprendizado, além de prover competências técnicas e comportamentais para os trabalhadores que já estavam com a gente, para que eles pudessem tirar o maior proveito dessas novas tecnologias. Quando falamos do processo de produção, tivemos toda a modernização da planta, ou seja, a implementação do Hardware, dos ativos novos que trariam efetivamente mais eficiência. E dos produtos novos, que também demandavam novos ativos, novos meios e novas tecnologias para serem produzidos”.
O diretor executivo dos Metalúrgicos do ABC e trabalhador na Scania, Carlos Caramelo, ressaltou a convivência entre o homem e a máquina como um dos principais desafios da implementação do 4.0.
“Um dos grandes desafios no processo de produção é a convivência do homem com a máquina. Na maioria das vezes, vemos muito mais robôs do que homens dentro das fábricas, uma ou duas pessoas controlando 80 robôs. Quando conseguirmos equilibrar isso, estaremos ganhando”.
O próximo encontro será no dia 10 de novembro e debaterá a o sindicalismo na Indústria 4.0, com a presença de Valter Sanches.