"A luta da gente não tem jeito de parar"

De maneira extremamente emocionada e em tom de desabafo, o presidente do Sindicato, José Lopez Feijóo, saudou os sindicalistas homenageados após a exibição do documentário sobre A Internacional.

“A luta da gente não tem jeito de parar”, desabafou o dirigente. “Ainda existe fome, discriminação, racismo, direita raivosa todo dia. Tudo o que a letra da Internacional denuncia”, prosseguiu Feijóo de forma veemente.

“Por mais que a gente tenha lutado, por mais que a gente tenha conquistado, por mais que a gente tenha avançado. Essa é minha homenagem a vocês”, destacou o dirigente dirigindo-se aos homenageados.

“Desculpe”, concluiu Feijóo, bastante emocionado.

A exibição do filme mostrou que milhões de militantes de esquerda lutaram nestes 120 anos em que existe o Dia do Trabalhador para melhorar as condições de vida da classe operária e foi uma forma de homenagem a esses combatentes.

Cada um dos trabalhadores recebeu sua placa das mãos de uma criança.

São eles: Philadelpho Braz, nascido em 1926, metalúrgico, ex-dirigente de nosso Sindicato em Santo André com várias passagens pela cadeia devido a sua militância;

Raphael Martinelli, de 1924, representante dos ferroviários desde 1953, cassado, preso e exilado pela ditadura militar, atualmente é presidente do PT da regional do Bairro da Lapa, em São Paulo;

Orisson Saraiva de Castro, nascido em 1925, ativista desde a década de 1940, foi um dos fundadores do Sindicato e, igualmente, preso, exilado e perseguido;

Luci Paulino Aguiar em 1988 tornou-se a primeira mulher a participar da diretoria do Sindicato e hoje trabalha na Assessoria da Secretaria Geral da Presidência da República;

Wilson Ribeiro, em 1997 foi eleito para presidir a Associação dos Metalúrgicos Aposentados do ABC (AMA-ABC), com outros companheiros da CUT, ajudou a fundar e hoje coordena o Sindicato Nacional dos Aposentados;

Frei Chico (não pôde comparecer) começou a trabalhar como metalúrgico aos 13 anos e é demitido por justa causa aos 23; em 1975 assume a vice-presidência do Sindicato dos Metalúrgicos de São Caetano, mas é sequestrado e preso pela repressão da ditadura militar antes de tomar posse.