Racismo contra goleiro santista gera revolta nas redes sociais

O jogo entre Grêmio e Santos, nesta quarta-feira, estava se encaminhando para o final quando Aranha parou a partida para reclamar de postura racista de torcedores do clube gaúcho atrás de sua meta. Embora a denúncia não tenha surtido efeito no momento perante o árbitro, imagens de tricolores em manifestações racistas invadiram a internet.

A leitura labial de uma torcedora indicou os gritos de “macaco”. Outros fizeram gestos com as mãos. “Essa moça chamou o Aranha de macaco. Racista! Ridícula!”, reclamou um torcedor pelo Twitter. Praticamente todos os comentários condenavam os gestos. “Esses idiotas faziam sons de macaco. Um tapou a cara. Racistas!”, disse outro internauta. “Racismo. Muito simples. Identifica-se o torcedor e cobre-o na justiça a perda de receita do jogo interditado na Arena”, sugeriu outro.

Durante algumas horas, o assunto foi um dos mais comentados no Twitter com a hashtag #fechadocomoaranha. Após o jogo, o goleiro falou sobre o episódio:

– Falaram: bando de preto, cambada de preto. Quando começou aquele corinho de macaco… pedi para o câmera filmar, e o cara não virava a câmera. Desculpa a palavra, fico puto. Mas não ocorreu nada de mais, ainda bem. Dói.

O goleiro, no entanto, decidiu não ir à polícia. A 4ª Delegacia de Polícia de Porto Alegre, localizada no bairro Humaitá, afirmou que até as 23h30 não recebeu nenhum registro de queixa sobre o episódio.

O Santos venceu o duelo por 2 a 0 e começa em vantagem a busca por uma vaga às quartas de final da Copa do Brasil.

Torcedora racista do Grêmio é afastada do trabalho, diz jornal

Flagrada pelas câmeras da ESPN chamando o goleiro de “macaco”, a torcedora gremista Patrícia Moreira foi afastada nesta sexta-feira de seu trabalho, no Centro Médico Odontológico da Brigada Militar, segundo o jornal Zero Hora. Ela é funcionária de uma cooperativa que presta serviços à corporação.

“Conversei com o diretor da empresa, mas não consegui contato com ela. Era uma funcionária competente, mas a postura pessoal que ela assumiu vai totalmente contra os nossos princípios de trabalho. É um fato profundamente lamentável”, explicou o major Régis Reche, chefe do Centro Médico Odontológico, à ZH.

Por culpa das manifestações racistas de uma parcela de sua torcida, inclusive, o Grêmio poderá até mesmo ser excluído da Copa do Brasil, se o caso for levado para o STJD (Superior Tribunal de Justiça Desportiva).

De acordo com o CBJD (Código Brasileiro de Justiça Desportiva), atitudes discriminatórias, que consideram também em razão de raça e de cor, podem acarretar uma punição pesada às entidades desportivas aos quais os responsáveis pelos xingamentos são vinculados, no caso o time comandado pelo técnico Luiz Felipe Scolari.

Além disso, os torcedores identificados pelos atos de racismo ficarão proibidos de ingressar no estádio por no mínimo 720 dias, segundo o parágrafo segundo deste artigo.

Com informações do G1 e Espn