Ramo metalúrgico: Melhor resultado em 17 anos

Os resultados de emprego em 2004 foram os melhores dos últimos 17 anos para os metalúrgicos brasileiros. É o que mostra pesquisa da Subseção Dieese da Confederação Nacional dos Metalúrgicos da CUT apresentada ontem.

A categoria vinha perdendo postos de trabalho desde 1987. Segundo o Dieese, entre 1987 e 2002, o emprego caiu 52%, quando fecharam 1,5 milhão de vagas.
Já entre 2003 e janeiro de 2005 o número de postos de trabalho cresceu 16,5%. Apenas em janeiro deste ano houve um saldo positivo de 15,4 mil contratações no País em relação a dezembro de 2004.

“Os empregos foram extintos em função de políticas governamentais desastrosas, como a abertura indiscriminada de importações, ausência de crédito para investimentos e aumento de impostos”, listou o presidente do Sindicato, José Lopez Feijóo (foto) ao comentar a pesquisa.

A recessão no período e a reestruturação da produção também contribuiram na redução dos empregos, disse Feijóo.

Reversão

Com a posse do atual governo, em 2003, há uma reversão nesta tendência. Setores como o naval, o de material ferroviário e o de bens de capital (máquinas, equipamentos, materiais de transporte), que haviam sido sucateados, voltaram a produzir, com efeitos no emprego.

Em 2004, enquanto a economia cresceu 5,2% e a indústria como um todo cresceu 8,3%, a indústria metalúrgica cresceu cerca de 16%, com abertura de 158 mil postos de trabalho.

Assim, o emprego metalúrgico aumenta pelo segundo ano consecutivo, o que é inédito nos últimos 17 anos, acumulando 218 mil novos postos de trabalho, um crescimento de 16% entre janeiro de 2003 a janeiro de 2005, frente a 12% no conjunto da indústria ocorridos no governo Lula.

Números continuam positivos no ABC

O número de empregos com carteira assinada segue em ritmo crescente no ABC. Em fevereiro foram criados 4.058 postos em vários setores.

É a maior taxa no Estado comparada a outras regiões, exceto à cidade de São Paulo, segundo dados do Cadastro de Empregos (Caged) do Ministério do Trabalho.

Considerando o emprego industrial, a vantagem do ABC também é maior se comparado com outras regiões industrializadas. As fábricas do ABC abriram 716 vagas. Os setores industriais de Campinas, Osasco e Sorocaba abriram 135. Em São José dos Campos e Guarulhos foram 566 empregos.

Nos últimos 12 meses, foram gerados 51 mil postos com carteira assinada na região. Mesmo assim, o Dieese estima em 205 mil pessoas o total de desempregados no ABC.

O número de vagas criadas em fevereiro e nos últimos 12 meses por cidade é:

São Bernardo: 1.697 e 18.255
Santo André: 750 e 7.873
São Caetano: 1.006 e 12.130
Diadema: 336 e 7.667
Mauá: 217 e 3.676
Ribeirão Pires: 52 e 1.166