Reajuste não impede continuidade da luta

A pressão irá prosseguir até que a categoria tenha um acordo coletivo. Ontem, houve protesto na SMS e na KenPack, que anunciaram reajuste, enquanto o pessoal na Makita cruzou os braços o dia todo. No interior, o protesto foi na Confab, em Pindamonhangaba.

A chuva persistente em Diadema na manhã de ontem não impediu que os companheiros e companheiras na SMS saíssem em passeata para se encontrar com o pessoal na KenPack com a disposição de parar a produção nas duas fábricas pelo dia todo.

Porém, as empresas se anteciparam e anunciaram reajuste e aumento real no salário de agosto e a renovação das cláusulas sociais.

Por causa disso, o pessoal decidiu fazer um protesto por duas horas e retomar o trabalho. “Deixamos muito claro que a proposta é um protocolo de intenções e não um acordo”, frisou Hélio Honorato, o Helinho, coordenador da Regional Diadema do Sindicato.

Segundo ele, o reajuste não impede a continuidade da pressão. “Não vamos sossegar até conseguir um acordo coletivo em todo o grupo”, destacou.

SMS e KenPack não são as únicas a adiantar o reajuste. O mesmo aconteceu na Exacta Master, Polimold, Termomecânica e Elvi, de São Bernardo, que tiveram a produção parada na semana passada.

Recurso existe

Para Helinho, o fato dessas empresas aplicarem o reajuste mostra que é possível o grupo todo formalizar um acordo coletivo nos mesmos moldes dos já assinados com as Montadoras, Sindipeças e Fundição, conforme reivindica a categoria.

A decisão da diretoria do Sindicato e da Federação Estadual dos Metalúrgicos da CUT (FEM-CUT) é seguir com as mobilizações e pressão em cima das empresas. “O acordo individual pode beneficiar companheiros de determinadas fábricas, mas ao longo dos anos aumenta as diferenças dentro da categoria”, explicou Helinho.

Além do mais, acrescentou o dirigente, é fundamental manter as cláusulas sociais, porque elas garantem direitos como o de estabilidade para o portador de doença ou sequela por acidente.

Produção zero na Makita e protesto na Confab

Enquanto o pessoal na SMS e KenPack fazia seu protesto, do outro lado da Imigrantes, em São Bernardo, a companheirada na Makita decidia voltar para casa. “Para muitos, a mobilização demorou para chegar na fábrica”, disse Paulo Dias, diretor do Sindicato.

Pindamonhangaba

No interior, a luta aconteceu com uma paralisação de duas horas e meia na Confab Tubos, em Pindamonhangaba. O objetivo foi o mesmo: forçar a bancada patronal do Grupo 9 a apresentar uma proposta de acordo. A Confab tem cerca de 1.200 trabalhadores e é uma das maiores empresas do Grupo 9 no Estado.

A manifestação contou com a participação de 20 companheiros de nossa base. Assembléia da categoria definiu que os metalúrgicos do ABC iriam contribuir com as paralisações nas fábricas do interior.