Rebelião contra a escravidão e a intolerância religiosa, Revolta dos Malês completa 182 anos
Na noite de 24 para 25 de janeiro de 1835, negros islâmicos fizeram uma revolução para libertar africanos escravizados, que viviam em Salvador, capital da província da Bahia.
Os revolucionários lutavam por seus companheiros e para que eles pudessem praticar o islamismo livremente. Na época, o catolicismo era a religião imposta aos escravos.
A revolta reuniu grupos de diferentes etnias, como os nagôs e os haussás. Eles se distinguiam de outros porque possuíam domínio da escrita e da leitura. Todo o plano foi escrito em árabe.
Uma das lideranças do movimento foi a guerreira malê Luíza Mahim. Ela escondia mensagens da revolta dentro do seu tabuleiro de quitutes, que eram distribuídas por crianças que compravam as iguarias. O poeta abolicionista Luiz Gama é filho de Luíza.
Cerca de 600 muçulmanos armados participaram do levante e atacaram alguns pontos da cidade como a Câmara, que possuía uma prisão no subsolo, e um posto policial.
Os malês foram duramente reprimidos. Cerca de 70 integrantes foram mortos em combate e o restante condenado à prisão, açoite e à pena de morte.
Apesar de não conquistar o seu objetivo, a Revolta dos Malês foi um dos principais conflitos na Bahia. O termo “malê” deriva de “imalê”, que significa mulçumano na língua ioruba.
Da Redação