Recessão está perto do fim nos EUA, diz Banco Central norte americano
Banco central americano melhorou projeção para o PIB do país em 2009, mas já admite desemprego acima dos 10% no quarto trimestre
A recessão nos Estados Unidos, que teve início em dezembro de 2007 e se agravou em setembro de 2008, pode estar perto do fim, prevê o Federal Reserve (Fed, o banco central americano), segundo ata divulgada ontem sobre a reunião dos dias 23 e 24 de junho.
O banco elevou as projeções econômicas para o Produto Interno Bruto (PIB) americano em 2009, que deve cair entre 1,5% e 1% – recuo mais brando que o previsto na reunião anterior, entre 2,0% a 1,3%.
“A informação recebida indica que a contração econômica está desacelerando e que o declínio na atividade pode cessar em não muito tempo”, diz a ata.
Mas a recuperação americana deve ser muito lenta, pois os dados ainda sugerem que a economia continua muito “frágil e vulnerável a futuros transtornos adversos”, diz o Fed.
O mercado de trabalho deve ser castigado por anos, considera o banco que já admite nível de desemprego acima dos 10% para este ano. As projeções para a taxa média de desemprego no quarto trimestre de 2009 foram revisadas para a faixa entre 9,8% a 10,1% – cerca de 0,50 ponto porcentual acima da previsão anterior. Atualmente, a taxa de fato está em 9,5%.
“Mas as reduções no emprego e na produção industrial desaceleraram, o gasto com consumo parece se manter razoavelmente estável após encolher no segundo semestre de 2009, enquanto as vendas e a construção de residência de uma única família aparentemente se estabilizaram”, diz o Fed.
Os membros do comitê temiam que o gasto dos consumidores pudesse voltar a cair assim que se dissipassem os benefícios temporários dos cortes de impostos incluídos no pacote de US$ 787 bilhões aprovado pelo Congresso e promulgado pelo presidente Barack Obama em fevereiro.
Na reunião, o Comitê de Mercado Aberto do Fed decidiu manter a taxa de juros básicas do país numa faixa entre 0% e 0,25%, nível que permanece desde dezembro do ano passado, por considerar os estímulos ainda necessários por longo tempo. “Embora as condições do mercado financeiro tenham melhorado, o crédito continua restrito em muitos setores.”
As projeções para o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) americano em 2010 e 2011 não mudaram muito em relação às anteriores. O crescimento em 2010 tem uma tendência de alta entre 2,1% e 3,3%. Em 2011, a tendência é de alta entre 3,8% e 4,6%.
A elevação da projeção do PIB americano colaborou para a alta das ações de Wall Street, que já estavam animadas com os resultados positivos do banco Goldman Sachs e da Intel.
O índice eletrônico Nasdaq encerrou o dia com o melhor fechamento do ano, com alta de 3,5%, para 1.862,90 pontos. O Dow Jones, da Bolsa de Nova York, avançou 3,1%. E o Standard & Poor?s 500 subiu 3%.
Da Folha de S. Paulo